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MÚSICA
Especial esquadrinha canções de protesto
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não se escreve uma grande
canção. Ela escreve você. E você
apenas a obedece." Assim Bono, o
messiânico vocalista do U2, descreve o que o impulsiona a compor músicas que contenham
mensagens políticas e sociais.
Mas a história do pop está cheia
de gente que dá às suas canções
conotações para além da diversão, e é esse o tema do especial
"Muito Mais que Rock", que o canal pago A&E Mundo exibe em
três partes: entre amanhã e quinta-feira, às 21h.
Músicas de protesto podem
causar certo incômodo em quem
não admite ser catequizado por
popstars que em muitos casos
têm tanto conhecimento, digamos, dos problemas sociais africanos quanto de física quântica,
mas o programa é oportuno em
época de Live 8, a série de concertos beneficentes organizada pelo
britânico Bob Geldof.
Dividido em capítulos, "Muito
Mais que Rock" traz depoimentos
de cantores como Patti Smith e de
atores como Martin Sheen e Tim
Robbins. Nesta primeira parte, o
programa vai lá atrás, no início do
século passado, quando o norte-americano Joe Hill bradava letras
que falavam de igrejas e de sindicatos. Ele é chamado de "pai da
música de protesto moderna".
A música negra dos EUA é bem
discutida e ilustrada, com imagens de Martin Luther King e de
manifestações anti-racistas. As
questões sociais e políticas foram
levadas ao pop, por meio do folk,
por Bob Dylan, segundo o crítico
musical Charles Shaar Murray.
"Dylan articulou o espírito de
uma época", diz Geldof.
O especial não se prende apenas
aos EUA. Mostra cenas de manifestações francesas e alemãs. Há
até menções a bandas e músicas
de grupos extremistas de direita.
Mas é Annie Lennox, cantora
do Eurythmics, que resume a motivação de compor canções de
protesto: "Você não precisa ser
madre Tereza, mas, se tiver chance, faça alguma coisa".
Muito Mais que Rock
Quando: entre amanhã e quinta, às 21h,
no canal A&E Mundo
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