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Ópera de Carlos Gomes ganha os palcos londrinos
ESPECIAL PARA A FOLHA
Londres assiste, em agosto, a
uma ópera de Carlos Gomes. Dia
14, no Bloomsbury Theatre, a
Dorset Opera estará apresentando uma récita de "Salvator Rosa".
A produção tem o apoio da embaixada brasileira em Londres e
integra as comemorações dos 500
anos do Descobrimento na capital britânica. Duas récitas, nos
dias 11 e 12, na Sherborne School
(uma escola para meninos fundada pelo rei Eduardo 4º em 1553, a
175 quilômetros a sudoeste de
Londres, que sedia a Dorset Opera) vão marcar a estréia de "Salvator Rosa" no Reino Unido.
"Disseram-me que "Salvator
Rosa" era a ópera tida por Gomes
como a mais adequada para agradar o público italiano e, talvez, o
inglês", explica David de Mattos,
diretor da Dorset Opera.
"A Dorset Opera tem como política encenar, de vez em quando,
óperas que não são familiares ao
público inglês, e o aniversário de
500 anos da descoberta do Brasil
por Cabral é uma data adequada
para fazermos isso", afirma Mattos, cujo grupo já encenou títulos
como "La Gioconda", de Ponchielli, e "Aida", de Verdi.
A companhia que está montando "Salvator Rosa" foi criada em
1974 como uma empresa amadora e registrou-se dois anos mais
tarde como uma sociedade beneficente sem fins lucrativos, que visa introduzir os jovens à ópera.
Para tanto, a estratégia da Dorset Opera é montar uma ópera
por ano, contratando cantores e
orquestra profissionais, mas utilizando amadores para formar o
coro e cantar nos papéis menores.
Além de patrocinadores privados,
a produção é viabilizada pelos
próprios amadores, que não recebem cachês e pagam para cantar.
Mas os papéis principais ficam
com artistas que atuam em casas
de ópera européias. Em "Salvator
Rosa", o elenco será formado pela
soprano Lisa Livingstone (Isabel-la), da ópera de Ulm (Alemanha);
pela mezzo-soprano norte-americana Andrea Baker (Genariello);
pelo tenor hispano-húngaro Fernando Del Valle (Salvator Rosa);
pelo barítono germano-australiano Michael Gluecksmann (Masaniello); e pelo baixo búlgaro Michail Milanov (Duque D'Arcos).
A direção cênica é de Michael
Beauchamp e a regência, de Patrick Shelley, fundador e diretor
artístico da Dorset Opera. Como
"Salvator Rosa" é um título pouco
conhecido, do qual só existe uma
gravação comercial, feita ao vivo
no Brasil, nos anos 70 (leia ao lado), a companhia pretende registrar a obra em CD.
(IFP)
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