São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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Ópera de Carlos Gomes ganha os palcos londrinos

ESPECIAL PARA A FOLHA

Londres assiste, em agosto, a uma ópera de Carlos Gomes. Dia 14, no Bloomsbury Theatre, a Dorset Opera estará apresentando uma récita de "Salvator Rosa".
A produção tem o apoio da embaixada brasileira em Londres e integra as comemorações dos 500 anos do Descobrimento na capital britânica. Duas récitas, nos dias 11 e 12, na Sherborne School (uma escola para meninos fundada pelo rei Eduardo 4º em 1553, a 175 quilômetros a sudoeste de Londres, que sedia a Dorset Opera) vão marcar a estréia de "Salvator Rosa" no Reino Unido.
"Disseram-me que "Salvator Rosa" era a ópera tida por Gomes como a mais adequada para agradar o público italiano e, talvez, o inglês", explica David de Mattos, diretor da Dorset Opera.
"A Dorset Opera tem como política encenar, de vez em quando, óperas que não são familiares ao público inglês, e o aniversário de 500 anos da descoberta do Brasil por Cabral é uma data adequada para fazermos isso", afirma Mattos, cujo grupo já encenou títulos como "La Gioconda", de Ponchielli, e "Aida", de Verdi.
A companhia que está montando "Salvator Rosa" foi criada em 1974 como uma empresa amadora e registrou-se dois anos mais tarde como uma sociedade beneficente sem fins lucrativos, que visa introduzir os jovens à ópera.
Para tanto, a estratégia da Dorset Opera é montar uma ópera por ano, contratando cantores e orquestra profissionais, mas utilizando amadores para formar o coro e cantar nos papéis menores. Além de patrocinadores privados, a produção é viabilizada pelos próprios amadores, que não recebem cachês e pagam para cantar.
Mas os papéis principais ficam com artistas que atuam em casas de ópera européias. Em "Salvator Rosa", o elenco será formado pela soprano Lisa Livingstone (Isabel-la), da ópera de Ulm (Alemanha); pela mezzo-soprano norte-americana Andrea Baker (Genariello); pelo tenor hispano-húngaro Fernando Del Valle (Salvator Rosa); pelo barítono germano-australiano Michael Gluecksmann (Masaniello); e pelo baixo búlgaro Michail Milanov (Duque D'Arcos).
A direção cênica é de Michael Beauchamp e a regência, de Patrick Shelley, fundador e diretor artístico da Dorset Opera. Como "Salvator Rosa" é um título pouco conhecido, do qual só existe uma gravação comercial, feita ao vivo no Brasil, nos anos 70 (leia ao lado), a companhia pretende registrar a obra em CD. (IFP)


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