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ARTES GRÁFICAS
Designer também prepara autobiografia
Rafic Farah representa o Brasil com 30 obras em exposição em Paris
FERNANDA CIRENZA
DA REPORTAGEM LOCAL
O designer gráfico, diretor de
arte e fotógrafo Rafic Jorge Farah
vai representar o Brasil na "Graphistes Autour du Monde", exposição que vai reunir 24 profissionais dos cinco continentes. Rafic
já enviou 30 trabalhos para Paris,
onde estarão expostos de novembro de 2000 a outubro de 2001.
Ele vai dividir o espaço com Neville Brody (o primeiro diretor de
arte da revista "The Face") e Paula
Scher (sócia do Pentagram, um
dos estúdios de design mais criativos do mundo), entre outros.
Lá vai expor catálogos, logomarcas, livretos, fotos e filmes publicitários que desenvolveu ao
longo de 15 anos. "Estou ansioso
porque vou estar com grandes estúdios, corporações de design.
Perto deles, eu me considero pequeno", afirmou.
Coincidência ou não, ele se prepara também para lançar um livro autobiográfico -"apenas do
ponto de vista profissional", frisa.
A data ainda está indefinida, mas
"Como-Vi" está previsto para sair
do prelo em agosto. "Na verdade,
eu queria imprimir um porta-fólio, mas, depois, organizando melhor as coisas, achei que seria legal
contar as histórias que deram origem aos trabalhos."
Segundo ele, o começo nas artes
gráficas aconteceu totalmente por
acaso. "Virei designer gráfico para ganhar dinheiro." Farah conta
que, quando ainda era estudante
de arquitetura da FAU-USP, foi
fazendo logomarcas a pedidos.
"Eu era um vagabundo e achava
que desenhar era uma atividade
transitória. Eu queria mesmo escrever roteiros para cinema."
No cinema não deu, mas no
mundo das artes gráficas parece
que ele se estabeleceu. Há 15 anos
na área, ele é o autor de mais de
cem logomarcas, catálogos de
moda -Fit, Zapping, Daslu- e
filmes publicitários.
Farah disse que aprendeu a desenhar com a mãe. "Ela desenhava para eu comer." O ofício e a paciência do artesanato, com o pai.
Mas se define mesmo como um
autodidata do Terceiro Mundo.
"Quando comecei, fui obrigado a
criar, a inventar novas tecnologias." Para fazer letras distorcidas,
ele as desenhava, depois as fotografava e, por fim, as distorcia
manipulando o papel fotográfico.
"A idéia era criar efeitos, e computador não existia."
"Como-Vi" divide a direção de
arte entre Farah e Eduardo Irama,
seu braço direito no escritório de
criação na Vila Madalena, em São
Paulo. Terá 240 páginas e textos
curtos (comentários pessoais, históricos e técnicos).
Apesar de não saber quando será lançado, Farah já sabe quanto o
livro, com tiragem de 3.000 exemplares, vai custar: R$ 90.
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