São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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ARTES GRÁFICAS
Designer também prepara autobiografia
Rafic Farah representa o Brasil com 30 obras em exposição em Paris

FERNANDA CIRENZA
DA REPORTAGEM LOCAL

O designer gráfico, diretor de arte e fotógrafo Rafic Jorge Farah vai representar o Brasil na "Graphistes Autour du Monde", exposição que vai reunir 24 profissionais dos cinco continentes. Rafic já enviou 30 trabalhos para Paris, onde estarão expostos de novembro de 2000 a outubro de 2001.
Ele vai dividir o espaço com Neville Brody (o primeiro diretor de arte da revista "The Face") e Paula Scher (sócia do Pentagram, um dos estúdios de design mais criativos do mundo), entre outros.
Lá vai expor catálogos, logomarcas, livretos, fotos e filmes publicitários que desenvolveu ao longo de 15 anos. "Estou ansioso porque vou estar com grandes estúdios, corporações de design. Perto deles, eu me considero pequeno", afirmou.
Coincidência ou não, ele se prepara também para lançar um livro autobiográfico -"apenas do ponto de vista profissional", frisa. A data ainda está indefinida, mas "Como-Vi" está previsto para sair do prelo em agosto. "Na verdade, eu queria imprimir um porta-fólio, mas, depois, organizando melhor as coisas, achei que seria legal contar as histórias que deram origem aos trabalhos."
Segundo ele, o começo nas artes gráficas aconteceu totalmente por acaso. "Virei designer gráfico para ganhar dinheiro." Farah conta que, quando ainda era estudante de arquitetura da FAU-USP, foi fazendo logomarcas a pedidos. "Eu era um vagabundo e achava que desenhar era uma atividade transitória. Eu queria mesmo escrever roteiros para cinema."
No cinema não deu, mas no mundo das artes gráficas parece que ele se estabeleceu. Há 15 anos na área, ele é o autor de mais de cem logomarcas, catálogos de moda -Fit, Zapping, Daslu- e filmes publicitários.
Farah disse que aprendeu a desenhar com a mãe. "Ela desenhava para eu comer." O ofício e a paciência do artesanato, com o pai. Mas se define mesmo como um autodidata do Terceiro Mundo. "Quando comecei, fui obrigado a criar, a inventar novas tecnologias." Para fazer letras distorcidas, ele as desenhava, depois as fotografava e, por fim, as distorcia manipulando o papel fotográfico. "A idéia era criar efeitos, e computador não existia."
"Como-Vi" divide a direção de arte entre Farah e Eduardo Irama, seu braço direito no escritório de criação na Vila Madalena, em São Paulo. Terá 240 páginas e textos curtos (comentários pessoais, históricos e técnicos).
Apesar de não saber quando será lançado, Farah já sabe quanto o livro, com tiragem de 3.000 exemplares, vai custar: R$ 90.


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