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São Paulo, domingo, 20 de julho de 2003

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FILMES DE HOJE

TV ABERTA

"O Espião que me Amava" marca nova fase de 007

Dr. Dolittle
Globo, 13h15.   
EUA, 98, 85 min. Direção: Betty Thomas. Com Eddie Murphy, Ossie Davis. No "remake" de "Dr. Dolittle" (1967), Murphy é um médico feliz da vida até que reencontra o dom que tinha na infância: comunicar-se com animais.

A Arte de Amar Bem
Cultura, 15h30.  
Brasil, 69. Direção: Fernando de Barros. Com Raul Cortez, Eva Wilma, John Herbert. Três episódios cômicos sobre amor e traição em que o destaque maior é o elenco.

No Ritmo da Dança
Record, 18h.   
(Dance with me). EUA, 98, 115 min. Direção: Randa Haines. Com Vanessa L. Williams, Chayanne. Após a morte da mãe, jovem cubano troca seu país por Houston, Texas, onde mora o pai.

Detonando em Barcelona
Bandeirantes, 20h30.   
(Wheels on Meals). Hong Kong, 84, 104 min. Direção: Sammo Hung Kan-Bo. Com Jackie Chan, Sammo Hung Kan-Bo. Instalados em Barcelona, os amigos Jackie e David sentem-se na agradável obrigação de dar uma força a seu amigo Moby, detetive particular desastrado às voltas com caso que envolve herdeira milionária.

O Guarda-Costas
Globo, 22h55.   
(My Bodyguard). EUA, 92, 129 min. Direção: Mick Jackson. Com Kevin Costner, Whitney Houston. Guarda-costas infalível, Kevin vai tomar conta de uma cantora famosa. Ele não pode se apaixonar por ela. Apaixona-se. Tem ainda uma das músicas mais irritantes de todos os tempos, "I Will Always Love You", com a própria Whitney.

007 - O Espião que me Amava
SBT, 23h.    
(The Spy who Loved me). EUA, 77. Direção: Lewis Gilbert. Com Roger Moore, Barbara Bach, Curt Jurgens. Os serviços secretos britânico e russo resolvem juntar forças para descobrir o que aconteceu com seus submarinos desaparecidos. James Bond e a poderosa Barbara Bach, uma das bond girls com mais personalidade da série, tentam deter o responsável pela bagunça, um bilionário e lunático vilão que pretende construir uma sociedade submarina. O episódio marca uma fase mais bem-humorada para o agente secreto.

Os Sicilianos
Bandeirantes, 0h30.    
(Le Clan des Siciliens). França, 1969, 120 min. Direção: Henri Verneuil. Com Jean Gabin, Alain Delon. Gabin é o velho gângster que planeja e executa seu último grande golpe. Policial aceitável, servido por um elenco muito a calhar.

Deuses e Monstros
Globo, 1h15.    
(Gods and Monsters). EUA, 98, 105 min. Direção: Bill Condon. Com Ian McKellen, Brendan Fraser, Lynn Redgrave. Os últimos dias de vida de James Whale, o criador de "Frankenstein" e mestre do terror dos anos 30, são retomados.

Tomates Verdes Fritos
Globo, 3h.    
(Fried Green Tomatoes). EUA, 91, 130 min. Direção: Jon Avnet. Com Kathy Bates, Jessica Tandy. Três gerações de mulheres. Num asilo, uma velha senhora conta a Kathy Bates as histórias de duas amigas, que se passam pelos anos 20/30, numa pequena cidade do Alabama. As moças exercitam amplamente sua liberdade e dão, de certo modo, lições de vida à infeliz Bates. (INÁCIO ARAUJO E BRUNO YUTAKA SAITO)

TV PAGA

A arte e o divino se entrecruzam nas telas

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REDAÇÃO

Ambos tratam do belo, do divino, mas co-existem em trajetórias distintas. Religião e arte se cruzam o tempo todo, em lugares onde vida, morte e brevidade são vias comuns.
"O Quarto do Filho" e "Magnólia" não tratam de doutrinas específicas, mas sim dessas tais vias. Não bastassem suas virtudes cinematográficas, eles interagem com esses mundos de forma quase física, em que a intertextualidade é moeda comum. O que aproxima o homem do divino -obra de arte ou um deus- é antes de mais nada uma busca.
Em "O Quarto do Filho" somos apresentados à rotina tranquila da família de um psicanalista (Nanni Moretti); segue-se a morte do filho; o choque, a descrença, a busca por respostas; e a tentativa de superação da dor.
Moretti, aqui, cuida da psique alheia: a sessão de psicanálise constitui-se de um jogo de confiança e símbolos. Quando seu filho morre, perde o distanciamento dos pacientes, o equilíbrio na relação com o mundo, e não consegue mais ajudar as pessoas. Vê, então, que os vários "e se" espalhados e as possibilidades perdidas são nada mais do que ilusões.
Já as várias histórias contidas em "Magnólia" perguntam o tempo todo se coincidências existem, se as casualidades e intersecções seguem algum padrão.
Antes da morte, em "O Quarto", cada membro da família passa por contratempos quase imperceptíveis: um assalto, um caminhão que cruza perigosamente a estrada, como a lembrar que a vida está sempre por um fio. "Magnólia" joga o tempo todo com o espectador e é mais explícito em seus sinais. Referências bíblicas, mais especificamente ao versículo 2, do Êxodo 8, que aborda as rãs, a segunda praga, pipocam pela tela. Personagens envoltos em pecados, culpas e arrependimentos, como se vítimas do destino.
São sinais espalhados, que reproduzem as tais coincidências da vida. Sinais divinos? É o cinema tratando, à sua maneira, de temas que não seguem uma lógica, de fiéis e não-fiéis.


MAGNÓLIA. Quando: hoje, às 21h30, no Cinemax Prime.


O QUARTO DO FILHO. Quando: hoje, às 22h, no Cinemax.


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