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MÚSICA
Cantuária leva bossa ao Umbria Jazz
CARLOS CALADO
enviado especial a Perugia
"A bossa nova está precisando
de um "help", precisa de socorro",
dizia o compositor Vinícius Cantuária, no último sábado, horas
antes de seu show no 26º Umbria
Jazz (em Perugia, Itália).
Na memória do público brasileiro, Cantuária foi parceiro de
Caetano Veloso e Gilberto Gil, ao
longo dos anos 70 e 80. Depois,
exceto por eventuais aparições
nas rádios, o autor do hit "Lua e
Estrela" quase sumiu de cena.
Por isso, aqueles que nunca
mais ouviram falar dele se surpreenderiam ao vê-lo fechar a
noite de um dos festivais de jazz
mais importantes do mundo.
"Hoje o interesse pelo meu trabalho no Japão, na Europa e até nos
EUA é grande, mas quase ninguém sabe disso no Brasil."
A guinada começou durante a
Copa do Mundo de 94, quando
Cantuária decidiu se mudar para
os EUA. Hoje, contratado pelo selo de jazz Verve, Cantuária tem
até ouvido comentários de que
seu último álbum, "Tucumã" (recém-lançado no Brasil), pode ser
indicado ao Prêmio Grammy.
Nessa gravação, o brasileiro está
acompanhado por sua nova turma: músicos da vanguarda nova-iorquina, como Laurie Anderson,
Arto Lindsay e Sean Lennon.
"É como jogar futebol em time
grande ou pequeno. Jogar bem na
Portuguesa é diferente de jogar
bem no Palmeiras", diz, referindo-a às chances que surgiram
após ter gravado pela Verve.
Uma delas foi o convite da cantora Natalie Merchant (ex-Ten
Thousand Maniacs) para abrir
seus shows. "Isso está me colocando em contato com um público mais jovem", diz Cantuária, já
planejando uma canção em parceria com a norte-americana.
"Vou fazer uma bossa com um
groove bem pra frente", revela o
compositor, que também toca
bossa nova em grande parte do
show que está levando aos festivais europeus de jazz.
O jornalista Carlos Calado viajou a convite
do Umbria Jazz e da gravadora Universal.
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