São Paulo, Terça-feira, 20 de Julho de 1999
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MÚSICA
Cantuária leva bossa ao Umbria Jazz

CARLOS CALADO
enviado especial a Perugia

"A bossa nova está precisando de um "help", precisa de socorro", dizia o compositor Vinícius Cantuária, no último sábado, horas antes de seu show no 26º Umbria Jazz (em Perugia, Itália).
Na memória do público brasileiro, Cantuária foi parceiro de Caetano Veloso e Gilberto Gil, ao longo dos anos 70 e 80. Depois, exceto por eventuais aparições nas rádios, o autor do hit "Lua e Estrela" quase sumiu de cena.
Por isso, aqueles que nunca mais ouviram falar dele se surpreenderiam ao vê-lo fechar a noite de um dos festivais de jazz mais importantes do mundo. "Hoje o interesse pelo meu trabalho no Japão, na Europa e até nos EUA é grande, mas quase ninguém sabe disso no Brasil."
A guinada começou durante a Copa do Mundo de 94, quando Cantuária decidiu se mudar para os EUA. Hoje, contratado pelo selo de jazz Verve, Cantuária tem até ouvido comentários de que seu último álbum, "Tucumã" (recém-lançado no Brasil), pode ser indicado ao Prêmio Grammy.
Nessa gravação, o brasileiro está acompanhado por sua nova turma: músicos da vanguarda nova-iorquina, como Laurie Anderson, Arto Lindsay e Sean Lennon.
"É como jogar futebol em time grande ou pequeno. Jogar bem na Portuguesa é diferente de jogar bem no Palmeiras", diz, referindo-a às chances que surgiram após ter gravado pela Verve.
Uma delas foi o convite da cantora Natalie Merchant (ex-Ten Thousand Maniacs) para abrir seus shows. "Isso está me colocando em contato com um público mais jovem", diz Cantuária, já planejando uma canção em parceria com a norte-americana.
"Vou fazer uma bossa com um groove bem pra frente", revela o compositor, que também toca bossa nova em grande parte do show que está levando aos festivais europeus de jazz.


O jornalista Carlos Calado viajou a convite do Umbria Jazz e da gravadora Universal.


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