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CLOSE-UP PLANET
Bjork, a guerreira do amor, está de volta
Rosane Marinho/Folha Imagem
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A cantora islandesa Bjork, que se apresenta hoje no Metropolitan, no Rio, e sábado no Sambódromo, em SP
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ERIKA PALOMINO
Colunista da Folha
Ela é referência para Madonna,
namorou Goldie; Tricky; Howie B;
produz com o FLO, viaja com o
Mark Paradinas? De sobra, adora
Elis Regina e ainda canta descalça?
Você sabe. A islandesa Bjork, a
verdadeira diva do pop desta década, estará entre nós pela segunda
vez, dentro do Close-Up Planet.
De Paris, em entrevista por telefone, a cantora e compositora antecipou detalhes do show que
mostra as novas canções de seu
terceiro disco solo, "Homogenic". No palco e no estúdio, Bjork
se apresenta com um grupo de
cordas de sua terra natal associado
a top produtors de música eletrônica. "Estamos melhores agora do
que no disco", empolga-se.
Durante a conversa, Bjork comenta a imagem de gueixa
pós-moderna da capa de "Homogenic", foto do inglês Nick Knight
com look do estilista Alexander
McQueen, também inglês, e, sem
querer, dá pistas de sua personalidade: "É uma guerreira, que venceu por meio do amor".
Folha - Você pode falar do show?
Bjork - Tive muita sorte. Oito
ótimos músicos, a nata mesmo,
trabalharam comigo no álbum.
Quando tocamos em estúdio, estávamos nos conhecendo e começando um projeto, mas agora já tocamos bastante ao vivo e estamos
ainda melhores que no álbum.
Folha - O disco é introspectivo e
intimista. O show será assim?
Bjork - Sim, acredito que sim.
Ele tem muitos momentos intimistas, mas momentos grandiosos
também. "Homogenic" representa esse contraste da privacidade
com canções poderosas. Por isso
estou tão feliz com o resultado. Esperava que as canções ficassem
melhores quando nós fôssemos
tocá-las ao vivo. E isso aconteceu.
Folha - E em quais canções isso
se deu, especificamente?
Bjork - Provavelmente em
"Bachelorette", que parece ter
funcionado melhor ao vivo que no
álbum -é como se, num disco,
não houvesse espaço para ela.
Folha - Você costuma trabalhar
com produtores em remixes que
mudam bastante a cara das músicas e você parece gostar disso.
Bjork - Normalmente prefiro
trabalhar com pessoas com outros
pontos de vista. Acho muito renovador e interessante ter uma outra
perspectiva do que fiz.
Folha - A cena eletrônica está
mais forte a cada dia. Quais grupos
e artistas você gosta?
Bjork - Plaid; as coisas do selo
Reflex; Aphex Twin é um mestre. E
Mike Paradinas.
Folha - Você também é muito influente em termos das imagens
que cria, em seus vídeos e nas capas de seus discos. Gostaria que
você comentasse seu trabalho com
o estilista Alexander McQueen e
com o fotógrafo Nick Knight na capa de "Homogenic".
Bjork - Eu gosto muito de trabalho em equipe. Cheguei até eles e
pedi para ter a imagem de uma
mulher que passou por períodos
difíceis, mas que se tornou uma
guerreira que decidiu lutar contra
tudo, mas por meio do amor. E essa é a informação que Alexander
McQueen e Kate England, a stylist,
e Nick Knight usaram como ponto
de partida para criar a imagem.
Folha - Qual foi o clipe mais recente que você fez?
Bjork - Eu fiz um vídeo para
"Hunter", dirigido por Paul
White. É seu primeiro clipe, mas
ele fez o álbum, ele assinou comigo
por dez anos.
Folha - Como você aparece nele?
Bjork - É um vídeo sobre mim
mesma. Apareço como urso polar.
É uma empatia de muito tempo...
Folha - Neste novo show, você
vai tirar seus sapatos, como você
fez no Brasil da última vez?
Bjork - Bem, eu tenho cantar
com sapatos, mas é muito difícil...
Folha - Em estúdio, você grava
com ou sem sapatos?
Bjork - Acho que não penso
muito nisso, mas, por alguma razão, é sempre difícil gravar com
sapatos. Eu não sei porquê. Todo o
tempo eu ganho sapatos muito bonitos e realmente quero ficar bonita, mas, de repente, vira apenas...
foda-se, sabe? Não consigo me
concentrar com os sapatos.
Folha - Como está seu filho, Sinri? Vocês conseguem ficar juntos?
Bjork - Ele gosta de ficar com a
turma dele. Claro que eu adoro estar com ele, mas ele está se tornando um teenager agora; tem 12 anos
e tem seu próprio mundo.
Folha - Sua tatuagem no braço
esquerdo é um símbolo viking?
Bjork - Sim, é uma bússola. Para que você não se perca. Até agora
eu não me perdi. Tive muita sorte.
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