São Paulo, quarta-feira, 20 de setembro de 2000

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Autor francês marcou visão de arte do escritor

DA REPORTAGEM LOCAL

Além da leitura direta de Freud, Mário de Andrade absorveu a psicanálise por meio de outros autores. Nas milhares de fichas bibliográficas, hoje catalogadas no IEB, que ele guardava para consulta, os temas e autores de psicologia aparecem com frequência.
"Quando se examinam os papéis de Mário, percebe-se que a psicanálise era uma referência constante", diz a professora Telê Ancona Lopez. Uma das obras mais usadas por Mário é a de Charles Baudoin. "Baudoin é muito importante para entender a visão que ele tinha da arte", explica Gilda de Mello e Souza.
O escritor francês, formado em letras, dedicou-se à psicanálise na Suíça. Acabou rejeitado pela sociedade psicanalítica suíça, provavelmente por não ser médico. Mas escreveu diversas obras relacionando arte e psicanálise.
Uma delas, "Psychanalyse de l'Art" (Psicanálise da Arte), estava na biblioteca de Mário de Andrade e continha uma extensa anotação do autor. A reflexão de Mário diz respeito a como uma peça musical se transforma em visões e remete até a cheiros.
"Essa idéia de transposição, que vem de Baudoin, tem relação com a crença de Mário de que o artista era um homem mascarado em que, no fim, a máscara valia mais que o homem", diz Gilda. (AS)


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