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Autor francês
marcou visão de
arte do escritor
DA REPORTAGEM LOCAL
Além da leitura direta de Freud,
Mário de Andrade absorveu a psicanálise por meio de outros autores. Nas milhares de fichas bibliográficas, hoje catalogadas no IEB,
que ele guardava para consulta, os
temas e autores de psicologia aparecem com frequência.
"Quando se examinam os papéis de Mário, percebe-se que a
psicanálise era uma referência
constante", diz a professora Telê
Ancona Lopez. Uma das obras
mais usadas por Mário é a de
Charles Baudoin. "Baudoin é
muito importante para entender
a visão que ele tinha da arte", explica Gilda de Mello e Souza.
O escritor francês, formado em
letras, dedicou-se à psicanálise na
Suíça. Acabou rejeitado pela sociedade psicanalítica suíça, provavelmente por não ser médico.
Mas escreveu diversas obras relacionando arte e psicanálise.
Uma delas, "Psychanalyse de
l'Art" (Psicanálise da Arte), estava
na biblioteca de Mário de Andrade e continha uma extensa anotação do autor. A reflexão de Mário
diz respeito a como uma peça
musical se transforma em visões e
remete até a cheiros.
"Essa idéia de transposição, que
vem de Baudoin, tem relação com
a crença de Mário de que o artista
era um homem mascarado em
que, no fim, a máscara valia mais
que o homem", diz Gilda.
(AS)
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