São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007 |
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Vale a pena ver de novo Sucesso no mercado de DVDs piratas antes de estrear, o filme brasileiro "Tropa de Elite" tem hoje sua primeira sessão oficial para o público, na abertura do Festival do Rio
SILVANA ARANTES DA REPORTAGEM LOCAL A primeira exibição pública do longa brasileiro "Tropa de Elite", de José Padilha, na abertura do Festival do Rio, hoje, é "uma pré-estréia entre aspas", conforme define o diretor. Previsto para chegar aos cinemas no próximo dia 12, o filme tem uma versão preliminar sendo vendida em cópias piratas em diversas capitais brasileiras desde agosto. É o primeiro vazamento de um longa nacional para o mercado pirata com tamanha antecedência à sua estréia nos cinemas de que se tem registro no Brasil. Por isso, a expectativa em torno da sessão de hoje tem o vetor invertido, na direção do cineasta. "Vou ver as pessoas finalmente vendo o filme como ele é para ser visto", diz Padilha. Investigações da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial, no Rio de Janeiro, apontaram um funcionário de empresa de legendagem como suspeito de haver realizado a primeira cópia ilegal do longa-metragem. Legendas de "Tropa de Elite" em inglês estavam sendo providenciadas para candidatar o filme à participação em festivais internacionais e ao lançamento em países estrangeiros. No Brasil, o interesse que o título desperta, na opinião de seu diretor, está relacionado ao "ineditismo" de sua abordagem da violência urbana no país pela perspectiva da polícia. A "Tropa de Elite" retratada no longa é o grupo de oficiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM do Rio de Janeiro, freqüentemente acionado para invasão de favelas no combate ao tráfico de drogas. No filme, a operação especial que envolve o batalhão é garantir que a favela do Turano, próxima de onde o papa João Paulo 2º ficará hospedado em sua terceira visita ao Brasil, não represente nenhuma ameaça à segurança do pontífice. A corrupção dos policiais "convencionais" e a prática habitual da tortura em civis por parte dos oficiais do Bope são elementos fundamentais na história que, segundo o diretor, tem o objetivo de demonstrar as "regras do jogo subjacentes à violência urbana no Brasil". "Tropa de Elite" não integra a competição entre longas brasileiros, que consiste numa das maiores atrações do Festival do Rio e nesta edição reúne 19 ficções e documentários. Até o próximo dia 4, quando se encerra com o também aguardado (e não pirateado, ainda) "O Amor nos Tempos do Cólera", de Mike Newell, a mostra carioca exibirá 400 títulos nacionais e estrangeiros. Texto Anterior: Horário nobre na TV aberta Próximo Texto: "Nós somos levados para a violência" Índice |
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