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FREE JAZZ FESTIVAL
ALTERNATIVO
Há 19 anos na estrada, a banda norte-americana que reinventou o barulho se apresenta hoje em SP
Sonic Youth não
se considera
um paradigma
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
A banda norte-americana Sonic
Youth, que se apresenta hoje em
São Paulo, no Free Jazz Festival,
disse ontem, em entrevista coletiva no Rio, que não se considera
um paradigma do rock alternativo, apesar dos 19 anos de estrada.
"As bandas que vieram depois,
como o Nirvana, foram rotuladas
pela indústria como rock alternativo. Esse rótulo nos ajudou, de
certa forma, mas ainda nos achamos muito esquisitos para nos
considerarmos uma instituição
da cena alternativa", disse o vocalista e guitarrista do Sonic Youth,
Thurston Moore.
Os integrantes não apontaram
nenhuma em especial, mas reconhecem que influenciaram outras
bandas, mais até na atitude e na
forma de trabalhar em grupo do
que pelo som. "Há algum tempo,
havia bandas na Inglaterra que faziam um som parecido com o
nosso, mas não eram interessantes", disse o guitarrista e vocalista
Lee Ranaldo.
O Sonic Youth afirmou conhecer pouco de música brasileira,
uma vez que a informação chega
raramente aos EUA, mas disse
que houve uma certa febre, há alguns anos. "Mas só se tinha acesso a coisas mais antigas e "mainstream", como Gal Costa, Caetano
e Gil", disse Moore.
A banda apresenta músicas antigas em metade do show. "Nunca
nos consideramos uma banda de
hits, mas percebemos que as pessoas queriam as músicas antigas",
disse Moore, afirmando que ainda pode fazer coisas como antes,
por exemplo, afinações "esquisitas" com chave de fenda. O Sonic
Youth foi criado em Nova York,
em 1981, no ocaso da cena punk.
Estranho no ninho num festival
de jazz, a banda lembrou da apresentação mais estranha que fez,
em 89, na ex-União Soviética.
"Era como se tivessem parado no
tempo. Pessoas novas e velhas pediam músicas do Sex Pistols. Eles
queriam ouvir qualquer coisa do
Ocidente", disse Ranaldo.
Moore disse que não faria julgamentos sobre bandas que tocam
em rádio. "Não ouço rádio. Não
queremos competir com o
"mainstream". Isso não nos interessa."
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