São Paulo, sábado, 20 de outubro de 2007

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Gullar neoconcreto

Poeta, crítico e colunista da Folha lança livro em que repensa o movimento que uniu literatura e artes plásticas nos anos 50

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
O poeta, crítico de arte e colunista da Folha Ferreira Gullar, em seu apartamento em Copacabana, Rio; ele lança livro-ensaio sobre o neoconcretismo

MARIO GIOIA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

"Experiência Neoconcreta: Momento-Limite da Arte". Já em seu título, o livro que o poeta, crítico de arte e colunista da Folha Ferreira Gullar, 77, lançou ontem no Rio indica a importância que dá ao movimento neoconcreto, do qual foi um dos expoentes.
Na publicação, Gullar pretende dar a sua versão sobre a gênese da corrente que uniu poesia e artes plásticas nos anos 50 e seus desdobramentos profundos na cultura brasileira. Também comenta os pontos de atrito entre ele e o grupo concreto paulista, de Augusto de Campos e Décio Pignatari.
"É necessário botar as coisas nos seus devidos lugares", diz ele à Folha, que o entrevistou em seu apartamento em Copacabana, onde ele diariamente escreve, entre poemas-objeto, obras de medalhões -como uma tela de Iberê Camargo (1914-1994)- e trabalhos de artistas menos prestigiados, mas cuja qualidade ele atestou em ensaios, como Marcelo Grassmann e Samico.
Entre as contribuições a artistas que Gullar destaca no livro, ele lembra de como seu livro-poema "Fruta", em seu movimento para conseguir ser lido, se aproxima da série "Bichos", de Lygia Clark (1920-1988), considerado um dos momentos altos das artes plásticas brasileiras na relação entre obra e participação do público.
Também lembra sua relação com Hélio Oiticica (1937-1980), um dos signatários do "Manifesto Neoconcreto", em 1959. No mesmo ano, o "Poema Enterrado", de Gullar, teria influência nos projetos ambientais de Oiticica a seguir.
A Cosac Naify, editora que lança "Experiência...", também reúne, na mesma caixa, o catálogo da 1ª Exposição Neoconcreta, de 1959, e os livros-poema "Fruta", "Osso" e "Faina".


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