São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 2002 |
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ARTES PLÁSTICAS Espaço expositivo em São Paulo acomoda cerca de 200 peças utilizando lugares inéditos do prédio CCBB é adaptado para receber obras da coleção Fadel
FREE-LANCE PARA A FOLHA O difícil e restrito espaço expositivo do Centro Cultural Banco do Brasil paulista não parece o mesmo. Paulo Herkenhoff, curador da mostra "Arte Brasileira na Coleção Fadel - Da Inquietação do Moderno à Autonomia da Linguagem", conseguiu expor cerca de 200 obras sem encavalar peças, apresentando-as de maneira digna. "Pedi ao Paulo para pensar alto. Por sugestão dele fizemos algumas adaptações no espaço. Essa é a mostra que melhor usa o centro cultural", afirma Walter Vasconcelos, diretor do CCBB. No saguão de entrada, o curador levantou paredes e estendeu tapetes verdes, que escondem a poluição visual do ambiente, para apresentar 12 obras-primas de Alberto da Veiga Guignard, artista com maior destaque na mostra. Entre outras obras, ele comparece com os painéis "Floresta ao Amanhecer" e "Floresta ao Entardecer" -cada um com 2,4 m x 4,93 m- e duas paisagens imaginárias. Já no subsolo, o cofre original foi disfarçado para receber o módulo intitulado "Noturno Brasileiro". Lá estão desde obras de Giovanni Battista Castagneto até telas de Di Cavalcanti e Djanira, todas, obviamente, com temática noturna. Ao redor do cofre, em paredes beges, estão obras dos movimentos concreto, neoconcreto e do abstracionismo brasileiro de imigrantes japoneses. O primeiro andar, pela primeira vez usado como espaço expositivo, reúne uma série de 20 guaches de Hélio Oiticica, estudos de cenário e figurino para o filme "Cangaceira Eletrônica" de Antônio Carlos Fontoura. "A série é um resumo das obras de Hélio na década de 60", diz o curador. Entretanto é no segundo andar que se localiza o coração da mostra. Lá estão, além de uma série de retratos dispostos nos corredores, as obras que esquentam a polêmica sobre o modernismo. A sala climatizada recebe os modernos "avant la lettre" Eliseu Visconti e Belmiro de Almeida ao lado, entre outros, de Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. Finalmente, o terceiro andar recebe pintores que transitam entre a figuração e abstração, como Volpi e Rubem Valentin. Dá para acreditar que tem tudo isso no CCBB? (FABIO CYPRIANO) ARTE BRASILEIRA NA COLEÇÃO FADEL - DA INQUIETAÇÃO DO MODERNO À AUTONOMIA DA LINGUAGEM. Mostra com cerca de 200 obras da coleção Hecilda e Sérgio Fadel. Curadoria: Paulo Herkenhoff. Onde: Centro Cultural Banco do Brasil (r. Álvares Penteado, 112, SP, tel. 0/xx/11/ 3113-3651). Quando: abertura dia 23, às 11h30; de ter. a dom., das 12h às 20h; até 12/1. Quanto: entrada franca. Patrocinador: Seguro Ouro Auto. Texto Anterior: Modernismo contra a parede Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice |
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