São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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Brasileiros e ingleses lotam sessão londrina

ISABEL CLEMENTE
de Londres

A cena se repete. Na tela, uma emocionada Dora (Fernanda Montenegro) vive os últimos instantes do filme "Central do Brasil". Na platéia, um público não menos emocionado aplaude o longa brasileiro de Walter Salles. A recepção de "Central do Brasil", ou "Central Station" para os britânicos, na sua primeira exibição no London Film Festival, na noite de anteontem, deixa boas perspectivas para o sucesso comercial do filme no Reino Unido, onde entrará em circuito no dia 2 de abril.
Os ingressos para as duas sessões do festival estavam esgotados antes do início do mesmo, dia 5 último. Brasileiros e ingleses se misturavam na entrada do cinema.
Ao final da sessão, Walter Salles respondeu a perguntas da platéia, que variaram da preocupação com o futuro do jovem ator Vinícius de Oliveira ao próximo projeto do diretor.
"Central do Brasil" vem trilhando um caminho de sucesso em festivais internacionais desde sua primeira aparição e premiação no Sundance Festival, nos EUA. "Preciso manter os pés no chão e saber que sucesso em festivais não é necessariamente sucesso de bilheteria", disse Salles, ao final da noite.
Indicação para o Oscar, então, afirma, "é uma discussão precipitada". O diretor lembra que, no ano passado, o favorito para a categoria de melhor filme estrangeiro da maior premiação da indústria cinematográfica americana, o francês "Minha Vida em Cor-de-Rosa", nem sequer foi indicado.
Seu filme, no entanto, já está sendo cotado para ser a principal atração do festival de cinema de Cairns, cidade ao norte da Austrália que faz campanha para entrar para o circuito internacional das mostras cinematográficas.
O responsável pelo projeto, o australiano Andrew Pak Poy, em português fluente, disse ter recebido "inúmeras" indicações. Ele assistiria ao filme ontem.
Poy morou mais de seis anos na Bahia e se diz apaixonado pelo país.
Se a escolha recair sobre o filme brasileiro, "Central do Brasil" terá a chance de, literalmente, dar a volta ao mundo.



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