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Brasileiros e ingleses lotam sessão londrina
ISABEL CLEMENTE
de Londres
A cena se repete. Na tela, uma
emocionada Dora (Fernanda
Montenegro) vive os últimos instantes do filme "Central do Brasil".
Na platéia, um público não menos
emocionado aplaude o longa brasileiro de Walter Salles. A recepção
de "Central do Brasil", ou "Central
Station" para os britânicos, na sua
primeira exibição no London Film
Festival, na noite de anteontem,
deixa boas perspectivas para o sucesso comercial do filme no Reino
Unido, onde entrará em circuito
no dia 2 de abril.
Os ingressos para as duas sessões
do festival estavam esgotados antes do início do mesmo, dia 5 último. Brasileiros e ingleses se misturavam na entrada do cinema.
Ao final da sessão, Walter Salles
respondeu a perguntas da platéia,
que variaram da preocupação com
o futuro do jovem ator Vinícius de
Oliveira ao próximo projeto do diretor.
"Central do Brasil" vem trilhando um caminho de sucesso em festivais internacionais desde sua primeira aparição e premiação no
Sundance Festival, nos EUA. "Preciso manter os pés no chão e saber
que sucesso em festivais não é necessariamente sucesso de bilheteria", disse Salles, ao final da noite.
Indicação para o Oscar, então,
afirma, "é uma discussão precipitada". O diretor lembra que, no
ano passado, o favorito para a categoria de melhor filme estrangeiro
da maior premiação da indústria
cinematográfica americana, o
francês "Minha Vida em Cor-de-Rosa", nem sequer foi indicado.
Seu filme, no entanto, já está sendo cotado para ser a principal atração do festival de cinema de
Cairns, cidade ao norte da Austrália que faz campanha para entrar
para o circuito internacional das
mostras cinematográficas.
O responsável pelo projeto, o
australiano Andrew Pak Poy, em
português fluente, disse ter recebido "inúmeras" indicações. Ele assistiria ao filme ontem.
Poy morou mais de seis anos na
Bahia e se diz apaixonado pelo
país.
Se a escolha recair sobre o filme
brasileiro, "Central do Brasil" terá
a chance de, literalmente, dar a
volta ao mundo.
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