DA REDAÇÃO

Em 2003, a Coleção Brasiliana, pertencente à Fundação Estudar, volta à Pinacoteca, onde já foi exposta no começo de 2000. Na última quarta-feira, o Secretário de Estado da Cultura de São Paulo, Marcos Mendonça, o presidente da Fundação Estudar, Jorge Paulo Lemann, e o diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Marcelo Araújo, assinaram um protocolo para que a Coleção Brasiliana seja exposta permanentemente na instituição a partir do próximo ano, em regime de comodato.
Duas salas climatizadas da Pinacoteca vão ser destinadas à exibição das cerca de 300 obras do século 19 que compõem a coleção, que tem, entre seus principais nomes, Jean-Baptiste Debret, Johann Moritz Rugendas, Nicolas Antoine Taunay, Charles Landseer, Joseph Léon Righini e Manuel de Araújo Porto-Alegre.
A intenção do museu é realizar exposições anuais, cada uma com cerca de 50 peças, começando em fevereiro de 2003 -no entanto, a mostra de Aleijadinho e Mestre Piranga, já em curso, e a exposição de Eckhout, que será aberta em 13 de janeiro, podem adiantar a inauguração da Brasiliana, para compor uma visão geral das artes no Brasil do século 17 ao 19.
A Pinacoteca criou uma reserva técnica especialmente para o abrigo das obras da coleção, que já teve peças expostas na Mostra do Redescobrimento, em "Body & Soul", no Guggenheim, em Nova York, e no Petit Palais, em Paris, além de uma grande mostra na própria Pinacoteca, em 2000.
A Coleção Brasiliana tem, ainda, uma história curiosa. Foi formada pelo colecionador ucraniano radicado na França Jacques Kugel, que, diz-se, não teria jamais visitado o Brasil. No fim dos anos 90, a coleção foi comprada pela Fundação Rank-Packard, de Liechtenstein, que recentemente a cedeu à Fundação Estudar. Com o convênio assinado esta semana, as obras passam a ter um lugar próprio e, mais importante, aproximam-se do público brasileiro.


Texto Anterior: Jogo de Espiões
Próximo Texto: Teatro: "A Boa" questiona assistencialismo
Índice