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Crítica
"Fantômas" mostra que Funès era um careteiro dos bons
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A crítica francesa de cinema
nunca deu força a Louis de Funès, visto apenas como um comediante careteiro. Preferia
apostar em Jacques Tati, o que,
aliás, não era errado. Mas o desprezo por Funès o tempo tem
se encarregado de demonstrar
que foi um equívoco.
Sim, com efeito, Funès é um
careteiro. Mas a arte da comédia consiste, em boa medida,
em fazer a careta certa na hora
certa. Nisso Funès era mestre,
como demonstra "Fantômas"
(TV5, 21h30), filme de 1964 feito por André Hunebelle.
Talvez exista um interesse
adicional se pensarmos que
Jean Marais é quem faz o personagem de Fantômas, e que é
Mylène Demongeot, com sua
beleza estranha, a estrela feminina da história.
Mas tudo converge mesmo é
para o policial interpretado por
Funès, que tem de se debater
não só com os truques cheios
de imaginação do mitológico
malfeitor como com a imprensa. No mais, as coisas não mudaram: não há legendas na Net
digital, nas demais operadoras,
sim.
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