São Paulo, Sexta-feira, 21 de Janeiro de 2000


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Baleiro "tira arestas" na produção

da Reportagem Local

Dono de dois CDs ("Onde Andará Stephen Fry?", de 1997, e "Vô Imbolá", de 99), Zeca Baleiro investiu na produção em 99, orientando "Dindinha", de Ceumar, e o independente "Ah!", da também mineira Patrícia Ahmaral.
"Faço mais como um prolongamento do trabalho de compositor, não tenho maiores pretensões", diz Zeca. "Não tenho domínio da função, que hoje passa muito pelo saber tecnológico, mas me acho capaz de fazer esse tipo de coisa que fiz com elas."
Ele retoma o fio da história: "Quando vi o show de Ceumar, achei curioso. Mas o repertório ainda estava longe do ideal, meio de quem passou pela noite".
Como a cantora, o produtor diz não querer demarcar território. "Minha participação é mais para tirar arestas que para colocar coisas", afirma, parecendo esquecer que forneceu quatro canções suas, além de apresentar a ela seu conterrâneo Josias Sobrinho (em duas faixas) e de reevocar a lembrança de Zé Ramalho, em "Galope Rasante".
"Falei para ela, brincando, que ia matar tudo de bossa nova que havia nela", continua Zeca. "Ceumar tinha um lance muito mineiro, existe esse carma com mineiros e baianos. A música mineira, do clube da esquina, assim como a bossa nova, foi ficando muito repetitiva. Procurei limar."
Um produtor presente demais, afinal? "Quando ela me convida, claro que quer essa influência um pouco, mas não algo impositivo, como alguns produtores fazem. A maior parte dos discos é de produtores de mão pesada, há muita artificialidade. Esse vácuo ela ocupa, é simples, não buscou a falsa sofisticação. É uma Clara Nunes rediviva."
Figura parda do não-movimento, há ainda nessa história Tata Fernandes, 36, cantora, ex-namorada de Chico César e presença constante nos produtos do grupo -em "Dindinha", ela é produtora-executiva e vocalista de fundo.
"Tata tem essa coisa de acompanhá-los, é meio Anais Nin. Está junto, esclarece muito. Foi fundamental para o meu disco também", teoriza Ceumar.
Tata, por sua vez, repele a idéia de se lançar como cantora: "Não vou fazer carreira solo, sou vocalista (já cantou com Itamar Assumpção e Chico César, entre outros). Gosto do timbre da minha voz combinada com as dos outros, não sozinha".
Deixa escapar um outro projeto já em curso: "Eu e Chico César vamos fazer um CD infantil, com todo mundo cantando -Chico, Zeca, Rita Ribeiro, Ceumar, Vanessa da Mata... Dependemos de definições de gravadora". Os membros do não-movimento se movimentam. (PAS)


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