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MG recebe mostra em homenagem a Walter Lima Jr.
DA REPORTAGEM LOCAL
Tiradentes (200 km ao sul de
Belo Horizonte) tem 5.000 habitantes e nenhuma sala de cinema.
Mas, a partir de hoje, com a abertura da 8ª Mostra de Cinema de
Tiradentes, a cidade histórica vai
multiplicar por sete sua população e ganhará duas grandes telas.
Nelas serão projetados 22 longas (veja os destaques no quadro
ao lado), 16 títulos inéditos no circuito comercial, três da retrospectiva do diretor Walter Lima Jr. e
três infantis. Há também uma
mostra de curtas e outra de vídeos, que vai homenagear o artista mineiro Cao Guimarães. No total, serão exibidos 149 obras.
A mostra, que acontece até o
próximo dia 29, não é competitiva; há apenas prêmio do público.
"Em 98 [o primeiro ano da mostra], nenhum filme brasileiro chegava à Minas Gerais. Quando surgiu o festival, houve um pedido
para que ele tivesse somente o júri
popular. Os cineastas vêm para
ter o retorno do público. É um termômetro", diz Raquel Hallak,
coordenadora do evento.
Segundo ela, o objetivo da mostra é ser o maior painel dedicado
ao cinema nacional. E, olhando
para os números, essa meta parece estar sendo alcançada.
Em 1998, a mostra atraiu 6.400
espectadores e teve orçamento de
R$ 195 mil; em 2001, o público foi
de 34 mil pessoas e foram gastos
R$ 405 mil. Neste ano, a expectativa de público é de 35 mil pessoas,
e o investimento, de R$ 940 mil.
A entrada para as sessões é gratuita. No Cine-Tenda são 700 lugares e no Cine-Praça, tela montada no largo das Fôrras, até 2.500
pessoas assistem às exibições. Debates e cursos também estão na
programação.
"A mostra caminha lado a lado
com a retomada do cinema brasileiro. E cumpre seu papel de ser
um espaço para debate e de formação de mão-de-obra, vital para
o crescimento da indústria cinematográfica local", afirma Hallak.
Retrospectiva
Escolhido para ser homenageado nesta edição pelos colegas que
estão na mostra, o cineasta Walter
Lima Jr. apresenta em Tiradentes
a versão restaurada de "Menino
de Engenho" (1965).
"Fico lisonjeado que uma nova
leva de diretores se relacionem
com o meu cinema."
Cao Guimarães, cujo trabalho é
mais visto em galerias e museus,
acha curiosa a aproximação entre
os formatos. "O importante é o
universo do som e da imagem.
Não é precisa ter uma hierarquização", defende.
Além de curtas, Guimarães
apresenta seu primeiro longa,
"Alma do Osso", premiado no
festival de documentários É Tudo
Verdade, sobre um eremita que
vive em uma caverna. "É um filme
silencioso, a primeira fala é aos 55
minutos", conta.
(TN)
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