São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

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MG recebe mostra em homenagem a Walter Lima Jr.

DA REPORTAGEM LOCAL

Tiradentes (200 km ao sul de Belo Horizonte) tem 5.000 habitantes e nenhuma sala de cinema. Mas, a partir de hoje, com a abertura da 8ª Mostra de Cinema de Tiradentes, a cidade histórica vai multiplicar por sete sua população e ganhará duas grandes telas.
Nelas serão projetados 22 longas (veja os destaques no quadro ao lado), 16 títulos inéditos no circuito comercial, três da retrospectiva do diretor Walter Lima Jr. e três infantis. Há também uma mostra de curtas e outra de vídeos, que vai homenagear o artista mineiro Cao Guimarães. No total, serão exibidos 149 obras.
A mostra, que acontece até o próximo dia 29, não é competitiva; há apenas prêmio do público.
"Em 98 [o primeiro ano da mostra], nenhum filme brasileiro chegava à Minas Gerais. Quando surgiu o festival, houve um pedido para que ele tivesse somente o júri popular. Os cineastas vêm para ter o retorno do público. É um termômetro", diz Raquel Hallak, coordenadora do evento.
Segundo ela, o objetivo da mostra é ser o maior painel dedicado ao cinema nacional. E, olhando para os números, essa meta parece estar sendo alcançada.
Em 1998, a mostra atraiu 6.400 espectadores e teve orçamento de R$ 195 mil; em 2001, o público foi de 34 mil pessoas e foram gastos R$ 405 mil. Neste ano, a expectativa de público é de 35 mil pessoas, e o investimento, de R$ 940 mil.
A entrada para as sessões é gratuita. No Cine-Tenda são 700 lugares e no Cine-Praça, tela montada no largo das Fôrras, até 2.500 pessoas assistem às exibições. Debates e cursos também estão na programação.
"A mostra caminha lado a lado com a retomada do cinema brasileiro. E cumpre seu papel de ser um espaço para debate e de formação de mão-de-obra, vital para o crescimento da indústria cinematográfica local", afirma Hallak.

Retrospectiva
Escolhido para ser homenageado nesta edição pelos colegas que estão na mostra, o cineasta Walter Lima Jr. apresenta em Tiradentes a versão restaurada de "Menino de Engenho" (1965).
"Fico lisonjeado que uma nova leva de diretores se relacionem com o meu cinema."
Cao Guimarães, cujo trabalho é mais visto em galerias e museus, acha curiosa a aproximação entre os formatos. "O importante é o universo do som e da imagem. Não é precisa ter uma hierarquização", defende.
Além de curtas, Guimarães apresenta seu primeiro longa, "Alma do Osso", premiado no festival de documentários É Tudo Verdade, sobre um eremita que vive em uma caverna. "É um filme silencioso, a primeira fala é aos 55 minutos", conta. (TN)


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