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Gomes critica o Carnaval de Salvador
especial para a Folha
Cioso de que o reinado da axé
music se potencializa no Carnaval
e a "luz se apaga" para o reggae,
Gomes não tem qualquer plano
para a festa.
Prefere ficar no "anonimato total", como diz. Seu próximo show
está marcado para o sábado (28),
num bar de Piripiri, bairro pobre
de Salvador.
Ele diz que, no Carnaval, sempre
lhe são ofertadas "migalhas". "A
prefeitura procura atrações alternativas para tocarem nos bairros e
segurarem a negrada lá", diz.
"É isso que chamo de migalhas.
Querem nos mandar para esses
bairros para segurar o pessoal que
poderia ir tumultuar na avenida."
Gomes diz não ter nada contra
as bandas de axé. "São eles que fazem a festa." Ele critica a organização da festa, que chama de "turística".
"O Carnaval popular não existe.
Você tem que apagar para ter uma
mortalha e ainda por cima é submetido a uma seleção para ser
aceito pelo bloco. Aí o povão, que
não pode pagar, fica espremido
entre os seguranças e a calçada."
Ele também desqualifica o circuito "popular" do Carnaval de
Salvador, que desemboca na praça
Castro Alves.
"A praça fica abandonada, só de
vez em quando passa um trio elétrico. Quem vai tocar lá não são os
artistas que o povão quer ver, que
são de axé, e estão na Ondina.
Mandam para a praça a Baby do
Brasil, o Paulinho Boca de Cantor..."
(PV)
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