São Paulo, sábado, 21 de fevereiro de 1998

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Gomes critica o Carnaval de Salvador

especial para a Folha

Cioso de que o reinado da axé music se potencializa no Carnaval e a "luz se apaga" para o reggae, Gomes não tem qualquer plano para a festa.
Prefere ficar no "anonimato total", como diz. Seu próximo show está marcado para o sábado (28), num bar de Piripiri, bairro pobre de Salvador.
Ele diz que, no Carnaval, sempre lhe são ofertadas "migalhas". "A prefeitura procura atrações alternativas para tocarem nos bairros e segurarem a negrada lá", diz.
"É isso que chamo de migalhas. Querem nos mandar para esses bairros para segurar o pessoal que poderia ir tumultuar na avenida."
Gomes diz não ter nada contra as bandas de axé. "São eles que fazem a festa." Ele critica a organização da festa, que chama de "turística".
"O Carnaval popular não existe. Você tem que apagar para ter uma mortalha e ainda por cima é submetido a uma seleção para ser aceito pelo bloco. Aí o povão, que não pode pagar, fica espremido entre os seguranças e a calçada."
Ele também desqualifica o circuito "popular" do Carnaval de Salvador, que desemboca na praça Castro Alves.
"A praça fica abandonada, só de vez em quando passa um trio elétrico. Quem vai tocar lá não são os artistas que o povão quer ver, que são de axé, e estão na Ondina. Mandam para a praça a Baby do Brasil, o Paulinho Boca de Cantor..." (PV)



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