São Paulo, sexta-feira, 21 de março de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Dois romances do autor terão versão para o cinema

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a obra de Jorge Amado transposta para o cinema é revisitada na mostra do Cinesesc, dois novos filmes baseados em seus romances começam a ser rodados neste ano.
Sérgio Machado ("Cidade Baixa") começa a trabalhar na adaptação de "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água" a partir de outubro; enquanto Cecília Amado, neta do escritor, já está fazendo o casting para a versão cinematográfica de "Capitães da Areia", que deve ser lançada em 2009.
O elenco do filme de Machado reunirá alguns nomes ilustres de conterrâneos seus e do escritor, os baianos Wagner Moura, Lázaro Ramos e João Miguel. No papel de Quincas, o veterano Stênio Garcia.
As filmagens acontecerão em Salvador e em algumas cidades do Recôncavo. Como se trata de uma história relativamente curta, Machado introduzirá sub-tramas ficcionais relacionadas à principal, para compor o longa.
"Apesar de se tratar de uma história mágica, quero tratá-la com certo realismo. Mas também vou aproveitar o fato de que eu e os atores, por sermos baianos, temos condição de tratar esse universo, que as pessoas de fora da Bahia acham mágico, de um modo particular", afirma.
O cineasta tem uma história de relacionamento pessoal com Amado que considera especial. "Ele foi muito generoso comigo. Viu um filme meu, "Troca de Cabeças", gostou e me indicou para o Walter Salles". Machado, então, acabou virando assistente deste em alguns de seus filmes, como "Central do Brasil" e "Abril Despedaçado".

Capitães
Cecília Amado diz que quer filmar "Capitães da Areia", seu primeiro longa, por considerar a trama a mais completa em termos de cinema. "A produção brasileira hoje é composta de filmes comerciais, de filmes de arte e os de cunho social. "Capitães" permite misturar tudo num só filme."
Cecília também está buscando no Recôncavo locações que lembrem a Salvador dos tempos do avô. "O lugar dos trapiches, que é o coração da história, onde vivem os Capitães, está muito desfigurado". Para o elenco, ela reunirá meninos baianos, não-atores, reunidos por meio de ONGs locais.
Cecília diz que o fato de ter conhecido melhor o avô na sua fase pós-comunista a influencia muito. "Minha idéia é mantê-lo vivo. Eu peguei o período de sua vida em que a visão comunista tinha se transformado em ideal humanista. É isso que quero passar à frente com "Capitães'". (SC)


Texto Anterior: Cinesesc abre mostra sobre Amado
Próximo Texto: Memória: Enterro de Clarke será no Sri Lanka
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.