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Dois romances do autor terão versão para o cinema
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a obra de Jorge
Amado transposta para o cinema é revisitada na mostra do
Cinesesc, dois novos filmes baseados em seus romances começam a ser rodados neste ano.
Sérgio Machado ("Cidade
Baixa") começa a trabalhar na
adaptação de "A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água" a
partir de outubro; enquanto
Cecília Amado, neta do escritor, já está fazendo o casting para a versão cinematográfica de
"Capitães da Areia", que deve
ser lançada em 2009.
O elenco do filme de Machado reunirá alguns nomes ilustres de conterrâneos seus e do
escritor, os baianos Wagner
Moura, Lázaro Ramos e João
Miguel. No papel de Quincas, o
veterano Stênio Garcia.
As filmagens acontecerão em
Salvador e em algumas cidades
do Recôncavo. Como se trata de
uma história relativamente
curta, Machado introduzirá
sub-tramas ficcionais relacionadas à principal, para compor
o longa.
"Apesar de se tratar de uma
história mágica, quero tratá-la
com certo realismo. Mas também vou aproveitar o fato de
que eu e os atores, por sermos
baianos, temos condição de tratar esse universo, que as pessoas de fora da Bahia acham
mágico, de um modo particular", afirma.
O cineasta tem uma história
de relacionamento pessoal com
Amado que considera especial.
"Ele foi muito generoso comigo. Viu um filme meu, "Troca de
Cabeças", gostou e me indicou
para o Walter Salles". Machado, então, acabou virando assistente deste em alguns de seus
filmes, como "Central do Brasil" e "Abril Despedaçado".
Capitães
Cecília Amado diz que quer
filmar "Capitães da Areia", seu
primeiro longa, por considerar
a trama a mais completa em
termos de cinema. "A produção
brasileira hoje é composta de
filmes comerciais, de filmes de
arte e os de cunho social. "Capitães" permite misturar tudo
num só filme."
Cecília também está buscando no Recôncavo locações que
lembrem a Salvador dos tempos do avô. "O lugar dos trapiches, que é o coração da história, onde vivem os Capitães, está muito desfigurado". Para o
elenco, ela reunirá meninos
baianos, não-atores, reunidos
por meio de ONGs locais.
Cecília diz que o fato de ter
conhecido melhor o avô na sua
fase pós-comunista a influencia muito. "Minha idéia é mantê-lo vivo. Eu peguei o período
de sua vida em que a visão comunista tinha se transformado
em ideal humanista. É isso que
quero passar à frente com "Capitães'".
(SC)
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