São Paulo, sábado, 21 de março de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Conheça os 'Millies'
Para eles, o terceiro milênio já
chegou, trazendo novas maneiras
de lidar com trabalho, tecnologia,
religiosidade, família e relações
humanas nas grandes cidades
ERIKA PALOMINO Colunista da Folha Às vésperas do terceiro milênio, um segmento da população dos grandes centros urbanos já pensa nele, revendo valores e se posicionando diante das mudanças impostas por este período. A mídia nova-iorquina batizou primeiro: são os "millies". Eles não contam com a juventude da Geração X; nunca foram yuppies; nunca foram hippies. Têm entre 24 e 39 anos e começam a buscar uma melhor qualidade de vida, sem radicalismos. Gostam da natureza, mas não são naturebas; evocam a religiosidade sem serem místicos; prezam a família sem caretices. Os "millies" olham para o presente com olhos de futuro. Querem uma casa legal -sem cair no efeito cocoon (casulo)-e usam a tecnologia a favor de um dia-a-dia contemporâneo, sem serem nerds ou meros viciados em Internet. Os grandes centros urbanos brasileiros, claro, também já têm os seus "millies". A assessora de marketing Fátima Muniz Freire, 38, está neste grupo. Uma das mais badaladas modelos dos anos 70, Fátima hoje vive "numa casa iluminada", acompanhada do marido e dos filhos, Maria Cristina, 13, e o menino Antonio Bernardo, de 15 meses, que ainda amamenta. Para o terceiro milênio, espera prosperar: "Uma das minhas meditações é essa, olhar para minha casa, para minha família e ver que as coisas rolaram". Outro "millie" é o dentista e produtor de raves Rica Amaral, 27, que faz festas de tecno ao ar livre, em sítios e praias. Acha que a música eletrônica e a tecnologia aglutinam as pessoas: "É um sinal dos tempos". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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