São Paulo, sábado, 21 de março de 1998

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Filme sobre Woody Allen faz rir

de Londres

Woody Allen consegue ser engraçado até fazendo um solo com sua clarineta. Esse é um dos motivos que leva o documentário "Wild Man Blues" a arrancar risos até de uma sisuda platéia de críticos britânicos, como aconteceu no início da semana em Londres.
A banda, um sexteto especializado em jazz tradicional de New Orleans, passa como figurante no filme. Como Soon-Yi Previn explica em uma cena em que diz para Allen: "Eles (a platéia) não vão aos shows por causa da música. É por causa dos seus filmes", disse.
O filme de Barbara Kopple mostra bem isso, com cenas de fãs histéricos fazendo plantão em frente a hotéis onde eles se hospedavam.
O lado paranóico de Allen se revela quando ele diz que talvez os fãs estejam esperando encontrar Mick Jagger. A platéia compreende suas neuroses quando conhece o pai e a mãe de Allen.
O pai diz que ele seria mais bem-sucedido como farmacêutico e a mãe não esconde a decepção com o fato de ele não ter se apaixonado por uma mulher judia.
Soon-Yi, 27, filha adotiva da ex-mulher de Allen, Mia Farrow, rouba parte das cenas com a maneira como ela parece dominá-lo em certas situações, lhe impondo o que comer ou lhe dizendo como tratar os músicos da banda. Uma contradição com o título do filme, que significa "blues do selvagem".
O filme ganhou o prêmio de melhor fotografia de documentário no Sundance Festival este ano. (IRINEU MACHADO)



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