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Filme sobre Woody Allen faz rir
de Londres
Woody Allen consegue ser engraçado até fazendo um solo com
sua clarineta. Esse é um dos motivos que leva o documentário
"Wild Man Blues" a arrancar risos
até de uma sisuda platéia de críticos britânicos, como aconteceu
no início da semana em Londres.
A banda, um sexteto especializado em jazz tradicional de New Orleans, passa como figurante no filme. Como Soon-Yi Previn explica
em uma cena em que diz para Allen: "Eles (a platéia) não vão aos
shows por causa da música. É por
causa dos seus filmes", disse.
O filme de Barbara Kopple mostra bem isso, com cenas de fãs histéricos fazendo plantão em frente
a hotéis onde eles se hospedavam.
O lado paranóico de Allen se revela quando ele diz que talvez os
fãs estejam esperando encontrar
Mick Jagger. A platéia compreende suas neuroses quando conhece
o pai e a mãe de Allen.
O pai diz que ele seria mais
bem-sucedido como farmacêutico
e a mãe não esconde a decepção
com o fato de ele não ter se apaixonado por uma mulher judia.
Soon-Yi, 27, filha adotiva da
ex-mulher de Allen, Mia Farrow,
rouba parte das cenas com a maneira como ela parece dominá-lo
em certas situações, lhe impondo
o que comer ou lhe dizendo como
tratar os músicos da banda. Uma
contradição com o título do filme,
que significa "blues do selvagem".
O filme ganhou o prêmio de melhor fotografia de documentário
no Sundance Festival este ano.
(IRINEU MACHADO)
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