São Paulo, sábado, 21 de março de 1998

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Cameron é favorito

em São Paulo

"Titanic" é o maior fenômeno cinematográfico das últimas décadas. O responsável chama-se James Cameron. A única categoria em que concorre ao Oscar sozinho é a de diretor (como produtor, também deve levar uma estatueta pelo melhor filme). Seu nome já está escrito no troféu.
Há duas semanas Cameron levou o prêmio anual da associação dos diretores. As escolhas tradicionalmente coincidem. Seria justo. Orquestrar com tamanha segurança um projeto tão complicado é uma tarefa hercúlea. Efeitos colossais e matizes de atuação articulam-se admiravelmente em "Titanic". A Cameron o que é de Cameron.
Atom Egoyan também controla milimetricamente o desenvolvimento de "O Doce Amanhã". As duas indicações para Egoyan, incluindo a de roteiro adaptado, são a concessão do ano ao cinema-cabeça.
Curtis Hanson elevou-se acima dos diretores de aluguel com o superestimado "Los Angeles - Cidade Proibida". Não deve sair da festa com as mãos abanando, mas tem poucas chances nessa categoria.
"Gênio Indomável" é o primeiro filme de Gus Van Sant fora do esquema independente. É seu trabalho menos marcante, mas a concessão ao sistema valeu-lhe a primeira indicação.
O britânico Peter Cattaneo foi a surpresa do ano. "Ou Tudo ou Nada" parece um Ken Loach com humor. Chegou onde chegou por se tornar o filme mais lucrativo do ano passado. Chapéu para Cattaneo -e basta.
Uma palavra sobre um esquecido. James L. Brooks é o único diretor de concorrente a melhor filme que foi esnobado. Não é um absurdo. O segredo do filme são o belo roteiro e o show dos protagonistas. A direção de câmera é preguiçosa como numa telessérie de segunda. Brooks colhe o que plantou. (AL)



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