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Filme faz feminismo ao contrário
MARILENE FELINTO
da Equipe de Articulistas
Basta ler o título para saber que
``O Clube das Desquitadas'' é uma
comédia feminista leve. Trata-se
do reencontro de três amigas na
maturidade, justamente quando
estão se divorciando ou, recém divorciadas, ainda não se recuperaram da separação.
Com nomes como os de Bette
Midler, Diane Keaton e Goldie
Hawn, o diretor Hugh Wilson não
teve trabalho para garantir a qualidade das interpretações.
Midler é Brenda, uma judia divorciada, com complexo de gordura e mãe de um filho. Keaton é a
insegura Annie, mãe de uma filha
lésbica e cujo marido a trocou pela
psicoterapeuta do casal. Goldie
Hawn é a atriz Elise, obcecada por
sua beleza e condição física.
Essas três quarentonas -que se
acham injustiçadas pelos maridos,
que as teriam trocado por mulheres mais jovens- se juntam para
fundar uma espécie de clube de
ajuda a mulheres separadas. A meta é recuperar a auto-estima e ``fazer justiça'' contra os ex-maridos.
Passam a investigar a vida deles,
em busca de irregularidades que
possam abalar-lhes a reputação ou
a situação financeira.
Nesse sentido, o filme é meio anti-homem, ainda que as ``desquitadas'' arrumem argumentos para
justificar sua empreitada.
Mas não se trata de um filme
panfletário -ainda que pesem as
participações especiais da feminista Gloria Steinem e de Ivana
Trump, ex-mulher do milionário
americano Donald Trump.
Só que a mensagem da história
faz feminismo ao contrário. Ainda
fixadas nos ex-casamentos e nos
ex-maridos, as mulheres só relevam sua dependência, a demora
para seguirem seu próprio rumo e
suportarem sua inegável solidão.
Filme: O Clube das Desquitadas
Produção: EUA, 1996
Direção: Hugh Wilson
Com: Bette Midler, Diane Keaton, Goldie
Hawn
Lançamento: CIC Vídeo (011/816-0852)
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