São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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ARTES PLÁSTICAS

Individuais de duas artistas da nova geração, Silvia Mecozzi e Mariannita Luzzati, são inauguradas hoje

Mostras "rejuvenescem" foco da Estação Pinacoteca

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As duas exposições inauguradas hoje na Estação Pinacoteca sugerem um olhar da direção do museu, a mesma da Pinacoteca do Estado, para uma produção cada vez mais jovem. As individuais trazem gravuras de Silvia Mecozzi e pinturas de Mariannita Luzzati, duas artistas que, por coincidência, participaram de suas primeiras exposições em 1989 e que somam cerca de 15 anos de carreira cada uma.
São as artistas com menos tempo de trabalho a ocuparem o espaço da Estação até hoje, e das mais jovens a levarem trabalhos para o circuito da Pinacoteca. Embora não lhes caiba o título "revelação". Mecozzi ganhou projeção no circuito paulistano em 1994, quando recebeu prêmio de "artista revelação" da APCA; já Luzzati, tem passagem por exposições internacionais (em Londres, Berlim, Tóquio e outras), além de obras em acervos de peso, como o do British Museum.
Para essa mostra, Mecozzi apresenta gravuras em placas de acrílico, com imagens que surgem a partir do uso de ponta seca, lixa e tinta. A artista machuca a superfície do suporte, rabiscando uma sobreposição de linhas, em uma composição orgânica que lembra galhos amontoados. As placas, transparentes, são sobrepostas, geralmente em pares, e uma nova imagem aparece, sugerindo movimento, inclusive pela projeção de sombras na parede onde os trabalhos estão instalados.
Inéditas, as peças representam um prolongamento da pesquisa da artista com suportes transparentes, onde também se insere uma instalação que divide a sala da Estação em duas, um corredor de 15 metros com canudos de plástico pretos cravejados em paredes de placas de acrílico, por onde o visitante pode passar. "É uma obra sensorial. Estimula a sensação tátil do olhar. O visitante tem vontade de sentir a obra com as mãos", diz ela.
Já a mostra de Luzzati, com obras que vão do início dos anos 90 a 2004, parte para a essência da arte pictórica. A busca por cores e luzes funciona como ferramenta principal na composição de paisagens nebulosas, extraídas de fotografias. A natureza é sempre mais recorrente do que a arquitetura, enfatizando a sensação de atemporalidade: uma mesma imagem pode representar tanto uma cena da vida contemporânea quanto uma paisagem da pré-história. Como acontece em uma série que retrata o interior de um vulcão em erupção, inspirada em imagens extraídas de um jornal publicado nos anos 90.


Mariannita Luzzati e Silvia Mecozzi
Quando: Abertura hoje, às 11h. Ter. a dom.: 10h às 18h
Onde: Estação Pinacoteca - lgo. General Osório, 66, SP, tel. 0/ xx/11/3337-0185
Quanto: R$ 4 (sáb.: grátis).



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