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ARTES PLÁSTICAS
Individuais de duas artistas da nova geração, Silvia Mecozzi e Mariannita Luzzati, são inauguradas hoje
Mostras "rejuvenescem" foco da Estação Pinacoteca
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As duas exposições inauguradas
hoje na Estação Pinacoteca sugerem um olhar da direção do museu, a mesma da Pinacoteca do
Estado, para uma produção cada
vez mais jovem. As individuais
trazem gravuras de Silvia Mecozzi
e pinturas de Mariannita Luzzati,
duas artistas que, por coincidência, participaram de suas primeiras exposições em 1989 e que somam cerca de 15 anos de carreira
cada uma.
São as artistas com menos tempo de trabalho a ocuparem o espaço da Estação até hoje, e das
mais jovens a levarem trabalhos
para o circuito da Pinacoteca.
Embora não lhes caiba o título
"revelação". Mecozzi ganhou
projeção no circuito paulistano
em 1994, quando recebeu prêmio
de "artista revelação" da APCA; já
Luzzati, tem passagem por exposições internacionais (em Londres, Berlim, Tóquio e outras),
além de obras em acervos de peso,
como o do British Museum.
Para essa mostra, Mecozzi apresenta gravuras em placas de acrílico, com imagens que surgem a
partir do uso de ponta seca, lixa e
tinta. A artista machuca a superfície do suporte, rabiscando uma
sobreposição de linhas, em uma
composição orgânica que lembra
galhos amontoados. As placas,
transparentes, são sobrepostas,
geralmente em pares, e uma nova
imagem aparece, sugerindo movimento, inclusive pela projeção
de sombras na parede onde os
trabalhos estão instalados.
Inéditas, as peças representam
um prolongamento da pesquisa
da artista com suportes transparentes, onde também se insere
uma instalação que divide a sala
da Estação em duas, um corredor
de 15 metros com canudos de
plástico pretos cravejados em paredes de placas de acrílico, por
onde o visitante pode passar. "É
uma obra sensorial. Estimula a
sensação tátil do olhar. O visitante
tem vontade de sentir a obra com
as mãos", diz ela.
Já a mostra de Luzzati, com
obras que vão do início dos anos
90 a 2004, parte para a essência da
arte pictórica. A busca por cores e
luzes funciona como ferramenta
principal na composição de paisagens nebulosas, extraídas de fotografias. A natureza é sempre
mais recorrente do que a arquitetura, enfatizando a sensação de
atemporalidade: uma mesma
imagem pode representar tanto
uma cena da vida contemporânea
quanto uma paisagem da pré-história. Como acontece em uma série que retrata o interior de um
vulcão em erupção, inspirada em
imagens extraídas de um jornal
publicado nos anos 90.
Mariannita Luzzati e Silvia
Mecozzi
Quando: Abertura hoje, às 11h. Ter. a
dom.: 10h às 18h
Onde: Estação Pinacoteca - lgo. General
Osório, 66, SP, tel. 0/ xx/11/3337-0185
Quanto: R$ 4 (sáb.: grátis).
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