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CINEMA/ESTREIAS
Crítica/"Fúria de Titãs"
3D transforma ação ruim em pesadelo torturante
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
A grande desvantagem do 3D é que o público pode ver a ruindade bem mais de perto.
Vejamos "Fúria de Titãs": seria apenas um filme fraco, com roteiro nauseabundo, diálogos infantis e atuações dignas de trem fantasma. Mas, em 3D, se torna uma experiência torturante. Parece um videogame do inferno.
A explicação é simples: o filme não foi rodado em 3D, mas a Warner, salivando com a bilheteria, resolveu adicionar a terceira dimensão na pós-produção. O resultado é um pesadelo, em todas as dimensões.
O filme conta a história de Perseu (Sam Worthington), filho bastardo de Zeus (Liam Neeson). Para salvar seu povo, enfrenta o maldoso deus Hades (Ralph Fiennes), além de sair no braço com a Medusa e o temido monstro Kraken.
Para não deixar o público boiando na mitologia, o roteiro abusa do mesmo truque: a cada cena, há um diálogo para explicar o perigo que vem a seguir: "Medusa?", pergunta um soldado, ao que outro logo vem com uma explicação.
Para realçar o "exotismo" dos personagens, vários falam inglês com sotaque britânico.
Apesar dos problemas, "Fúria de Titãs" foi um enorme sucesso nos Estados Unidos. Por aqui, deve acontecer o mesmo. Para um adolescente viciado em videogame, este presente de grego é um programão.
FÚRIA DE TITÃS
Direção: Louis Leterrier
Produção: EUA, 2010
Com: Sam Worthington, Liam Neeson, Ralph Fiennes
Onde: nos cines Eldorado, Espaço Unibanco Pompeia e circuito
Classificação: 14 anos
Avaliação: ruim
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