São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000 |
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DEPOIMENTOS "Eu entregava marmita, querido amigo, e no caminho eu tinha fome (...). No caminho abria a marmita e contava os bolinhos (...). Se a família tinha duas pessoas, tinha seis bolinhos, eu afanava dois no caminho (...). Eu era malandrinho já, sabe? Não era malandro, era espertinho, tinha fome. (...) Sabe o que é malandragem? Malandragem é fome." ADONIRAN BARBOSA "O rapaz foi lá e disse: "Cartola, vem cá. O Mário Reis tá aí, queria comprar um samba teu". "O quê? Comprar samba? Você tá maluco, rapaz? (...) Eu não vou vender coisa nenhuma." (...) Ele disse: "Quanto é que você quer pelo samba?". Eu virei pro cara, no cantinho, disse assim: "Vou pedir 50 mil réis". "O quê, rapaz? Pede 500." (...) Com muito medo, pedi 500 contos. "Não, dou 300. Tá bom?" Eu disse assim: "Bom, me dá esses 300 mesmo". Mas com muito medo (...) Mas botou meu nome direitinho, legal (...). Ele comprou, mas não deu para a voz dele. Então gravou Chico, Francisco Alves." CARTOLA sobre o samba "Que Infeliz Sorte" "Mas, dentro da tristeza, às vezes, quase sempre, há uma nota cômica. Vou contar pra vocês, eu estava assim velando o Geraldo (...). Então entrou um cabrochinho, bem vestidinho, e chegou perto de mim com aquele olhar triste (...), botou a mão no meu ombro e disse: "Seu Cyro, que coincidência!". Eu fiquei esperando a coincidência. Mas não tinha coincidência, ele queria dizer "que tristeza", "que catástrofe"." CYRO MONTEIRO sobre o velório de Geraldo Pereira Texto Anterior: Raio X da coleção (volumes e datas de gravação) Próximo Texto: Mônica Bergamo Índice |
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