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EXPOSIÇÃO
Museu Nacional de Belas Artes reúne jóias produzidas por Marie-Etienne Nitot, fundador da Maison Chaumet
Rio recebe peças do joalheiro de Napoleão
CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO
Dezembro de 1804. Na catedral
de Notre Dame de Paris, Napoleão Bonaparte coroa-se imperador. Sobre a cabeça, como sinal de
sua realeza, coloca uma coroa
criada por seu joalheiro oficial,
Marie-Etienne Nitot.
Um pouco da arte de Nitot, fundador da Maison Chaumet, pode
ser vista a partir de hoje em uma
exposição no MNBA (Museu Nacional de Belas Artes, no centro
do Rio). A coroa de Napoleão, hoje no acervo do Louvre, está presente em um guache, a partir do
qual Nitot criou a coroa.
A exposição conta, por meio de
várias jóias expostas, a trajetória
da Chaumet - e da arte da joalheria francesa- do final do século 18 aos nossos dias.
Personagem
São 53 jóias históricas, relacionadas de alguma maneira com a
história francesa, 13 quadros onde
são reproduzidos trabalhos feitos
pela Chaumet ao longo dos anos,
30 peças do que se chama de "alta
joalheria" -peças contemporâneas, feitas com o mesmo requinte de roupas de alta costura, onde
o avesso precisa ser tão perfeito
quanto o lado exposto- e 60 réplicas de diademas.
"Montamos poucas exposições
como esta. A intenção foi mostrar
as transformações das jóias a partir de movimentos históricos",
disse Béatrice de Plinval, diretora
de Patrimônio da Maison Chaumet e curadora da exposição "Alta Joalheria Francesa: Chaumet
do Império aos Nossos Dias."
Conta a história que Nitot, mestre-ourives francês desde 1783 e
fiel seguidor de Napoleão Bonaparte, caiu nas graças do futuro
imperador ao conseguir controlar
o cavalo do então primeiro cônsul, que havia disparado pelas
ruas de Paris.
A partir daí, tornou-se joalheiro
oficial de Napoleão. Várias jóias
feitas por ele foram dadas como
presente pelo imperador às imperatrizes Joséphine e Marie-Louise.
Um par de pulseiras de ouro e
rubis, feitas para a imperatriz Marie-Louise, está entre as jóias da
exposição.
"Na época criou-se o que ficou
conhecido como "estilo império".
Napoleão havia ressuscitado a
França depois da revolução e nobres ingleses vinham ao país para
reformar suas jóias", conta Plinval.
A exposição mostra ainda desenhos feitos pela Chaumet para a
criação de jóias para marajás indianos. A procura constante dos
nobres da Índia pela Chaumet
acabou levando a joalheria a criar
um estilo, influenciando a arte da
joalheria no início do século 20.
Valor
Há peças interessantes por sua
história, como a pulseira dada de
presente por um nobre para sua
noiva, filha de um industrial do
setor de metalurgia -especializado na fabricação de canhões de
guerra. Na pulseira, toda em ouro,
é reproduzido um objeto semelhante a um canhão.
"As pequenas histórias das peças montam um pedaço da história da França", diz a curadora da
exposição.
A mostra prossegue até chegar à
arte da joalheria moderna. O destaque é um colar criado para celebrar a chegada do ano 2000. A jóia
tem incrustados 2.500 diamantes.
Solícitos em falar sobre as jóias e
sua história, os organizadores da
exposição se fecham em copas
quando perguntados sobre o valor das jóias e sobre as medidas de
segurança que cercam a exposição. "As jóias são únicas, não se
pode falar em valor. E a segurança
é suficiente para que as tenhamos
aqui", desconversa Béatrice de
Plinval.
Exposição: Alta Joalheria Francesa:
Chaumet do Império aos Nossos Dias
Onde: sala Bernardelli, Museu Nacional
de Belas Artes (av. Rio Branco, 199,
centro, tel: 0/xx/21/240-0068)
Quando: de hoje a 12 de julho; de terça a
sexta, das 10h às 18h; sábados e
domingos, das 14h às 18h
Quanto: R$ 5; grátis aos domingos e
para estudantes da rede pública
uniformizados e para maiores de 65 anos
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