São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


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ARTES PLÁSTICAS
Rodin, Picasso e Chagall estão na mostra
Brasília vê encontro entre arte do Brasil e da Europa no século 20

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Uma seleção de obras jamais vista em Brasília. Imposição da qualidade artística e técnica a um evento fora do eixo Rio-São Paulo. Criação de um espaço que passa a contar com infra-estrutura para exposições de nível internacional.
Esses paradigmas estão presentes na exposição "Brasil-Europa: Encontros no Século 20", o primeiro projeto cultural conjunto da União Européia desenvolvido no país. A inauguração está marcada para hoje, no espaço cultural da Caixa Econômica Federal.
São 56 obras, quase todas desconhecidas do grande público. A maioria (85%) vem de acervos de coleções privadas brasileiras.
Picasso ("Polichinelli Lisant le Populaire"), Goeldi ("Chuva"), Cícero Dias ("A Siesta"), Vieira da Silva ("O Circo"), Lygia Clark ("Superfície Modulada"), Rodin ("O Beijo"), Vassarely ("Vega Aix"), Chagall ("Auto-retrato com Burrinho e Galo"), Anita Malfati ("Busto de Mulher"), Otto Wols ("Désordre"), Ivan Serpa ("Espelho"), Asger Jorn ("Liberty/Cuba"), Brecheret ("Indien Accroupi"), Ernesto de Fiori ("Portrait de Femme") e Léger ("La Folie"), entre outros, dão corpo à exposição selecionada pelo critério do "encontro".

Universalidade
"Brasil-Europa" é uma síntese da universalidade da arte e das diferentes correntes estéticas.
"Não é uma coleção de quadros dependurados na parede. É um diálogo entre brasileiros que sofreram influências européias e de europeus que, direta ou indiretamente, desenvolveram raízes aqui", resume o adido cultural da Embaixada de Portugal, Rui Rasquilho.
Ernesto de Fiori é um bom exemplo do "encontro" e "diálogo" nas artes deste século. O escultor de Fiori tornou-se pintor somente depois de desembarcar no Brasil, para onde veio depois de lutar na frente francesa da Primeira Guerra Mundial.
E, assim como o escultor de Fiori, parte considerável dos artistas que têm obras na exposição que começa hoje em Brasília chegou ao país exatamente nas vagas imigratórias que vieram após as duas guerras mundiais.
A guerra, entretanto, é menos presente nas suas obras do que o impacto das sensações tropicalistas e o saldo da efervescência de idéias e escolas em debate no meio intelectual da época.
Para que esse diálogo ganhasse vida na galeria, os curadores da exposição, Marc Pottier e Jean Boghici, chamaram Carla Osório, da Arte 21, para criar uma cenografia especial nos 350 metros quadrados do espaço cultural da Caixa.
O banco oficial gastou aproximadamente R$ 30 mil para climatizar (23C, em média) o espaço e manter a umidade média em 50%. No total, "Brasil-Europa" custou cerca de R$ 400 mil. (RN)


Exposição: Brasil-Europa: Encontros no Século 20
Quando: abertura hoje, às 21h
Onde: espaço cultural da Caixa Econômica Federal


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