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ARTES PLÁSTICAS
Rodin, Picasso e Chagall estão na mostra
Brasília vê encontro entre arte do Brasil e da Europa no século 20
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Uma seleção de obras jamais
vista em Brasília. Imposição da
qualidade artística e técnica a um
evento fora do eixo Rio-São Paulo. Criação de um espaço que passa a contar com infra-estrutura
para exposições de nível internacional.
Esses paradigmas estão presentes na exposição "Brasil-Europa:
Encontros no Século 20", o primeiro projeto cultural conjunto
da União Européia desenvolvido
no país. A inauguração está marcada para hoje, no espaço cultural
da Caixa Econômica Federal.
São 56 obras, quase todas desconhecidas do grande público. A
maioria (85%) vem de acervos de
coleções privadas brasileiras.
Picasso ("Polichinelli Lisant le
Populaire"), Goeldi ("Chuva"),
Cícero Dias ("A Siesta"), Vieira da
Silva ("O Circo"), Lygia Clark
("Superfície Modulada"), Rodin
("O Beijo"), Vassarely ("Vega
Aix"), Chagall ("Auto-retrato
com Burrinho e Galo"), Anita
Malfati ("Busto de Mulher"), Otto
Wols ("Désordre"), Ivan Serpa
("Espelho"), Asger Jorn ("Liberty/Cuba"), Brecheret ("Indien
Accroupi"), Ernesto de Fiori
("Portrait de Femme") e Léger
("La Folie"), entre outros, dão
corpo à exposição selecionada pelo critério do "encontro".
Universalidade
"Brasil-Europa" é uma síntese
da universalidade da arte e das diferentes correntes estéticas.
"Não é uma coleção de quadros
dependurados na parede. É um
diálogo entre brasileiros que sofreram influências européias e de
europeus que, direta ou indiretamente, desenvolveram raízes
aqui", resume o adido cultural da
Embaixada de Portugal, Rui Rasquilho.
Ernesto de Fiori é um bom
exemplo do "encontro" e "diálogo" nas artes deste século. O escultor de Fiori tornou-se pintor
somente depois de desembarcar
no Brasil, para onde veio depois
de lutar na frente francesa da Primeira Guerra Mundial.
E, assim como o escultor de Fiori, parte considerável dos artistas
que têm obras na exposição que
começa hoje em Brasília chegou
ao país exatamente nas vagas imigratórias que vieram após as duas
guerras mundiais.
A guerra, entretanto, é menos
presente nas suas obras do que o
impacto das sensações tropicalistas e o saldo da efervescência de
idéias e escolas em debate no
meio intelectual da época.
Para que esse diálogo ganhasse
vida na galeria, os curadores da
exposição, Marc Pottier e Jean
Boghici, chamaram Carla Osório,
da Arte 21, para criar uma cenografia especial nos 350 metros
quadrados do espaço cultural da
Caixa.
O banco oficial gastou aproximadamente R$ 30 mil para climatizar (23C, em média) o espaço e
manter a umidade média em
50%. No total, "Brasil-Europa"
custou cerca de R$ 400 mil.
(RN)
Exposição: Brasil-Europa: Encontros no
Século 20
Quando: abertura hoje, às 21h
Onde: espaço cultural da Caixa
Econômica Federal
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