São Paulo, sexta-feira, 21 de junho de 2002

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CINEMA

FESTIVAL

"Epidemia" de mostras no Brasil inviabiliza existência de "filmes novos para todos", segundo o diretor do evento

Cine Ceará tem disputa com um só inédito

DA REPORTAGEM LOCAL

"Existe uma epidemia de festivais no Brasil", avalia Wolney Oliveira, diretor do Cine Ceará, que inaugura hoje em Fortaleza a sua 12ª edição. A avalanche de mostras -"são 28 associadas ao Fórum dos Festivais e quase 70 fora dele"- acarreta, na avaliação de Oliveira, pelo menos um entrave: "Não há filmes novos para todos".
O Cine Ceará é exemplo da consequência. Dos oito longas-metragens em competição pelo troféu Eusélio Oliveira, apenas um é inédito no país. O gaúcho "A Festa de Margarette", de Renato Falcão, foi exibido somente no Festival de Havana.
Entre os demais, "Houve uma Vez Dois Verões", de Jorge Furtado, já estreou em Porto Alegre. "Samba Riachão", de Jorge Alfredo, competiu e foi premiado em Brasília em 2001, assim como "Uma Vida em Segredo", de Suzana Amaral. "A Cobra Fumou", de Vinicius Reis, "Timor Lorosae", de Lucélia Santos, "As Três Marias", de Aluizio Abranches, e "Viva São João", de Andrucha Waddington (em cartaz), participaram do Festival do Recife.
Na tentativa de contornar essa limitação, Oliveira estuda, para 2003, a antecipação da data de realização do festival para abril ou maio e a adoção de uma cláusula desclassificatória, caso algum filme inscrito na competição tenha estreado no Rio ou em São Paulo, antes da disputa em Fortaleza.
Com orçamento de R$ 785 mil e estimativa de público superior a 60 mil pessoas, o diretor pretende que o 12º Cine Ceará represente "um salto" na história da mostra.
Este ano, a praça em frente ao Cine São Luiz (sede principal do evento) abrigará telão, feira gastronômica e shows de música regional. Uma retrospectiva do cineasta Roberto Farias e pequenas mostras de filmes mexicanos e da produção da Cinédia estão incluídas na programação paralela às mostras competitivas de longas e de curtas e médias-metragens.
Hoje, na abertura do festival, a escritora Rachel de Queiroz será homenageada. A atriz espanhola Sarita Montiel, também homenageada pelo evento, já está em Fortaleza, onde acompanhará a projeção especial de "La Violetera", de Luis Cesar Amadori, de 1958. A exibição encerrará o festival, no próximo dia 27, quando ocorre a cerimônia de premiação. (SA)


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