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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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"Franco tentou respeitar a lei", diz jornalista

FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE BARCELONA

Ex-comunista e hoje colunista do jornal conservador "La Razón", o jornalista e historiador Pio Moa, 54, tem causado polêmica com o recém-lançado "Los Mitos de la Guerra Civil". No livro, Moa parte da ótica dos vencedores para narrar a história do franquismo.
 

Folha - Quais são os mitos do conflito?
Pio Moa -
A guerra sempre foi tratada de modo passional, como um enfrentamento entre o bem e o mal, entre republicanos democráticos e fascistas. Mentira. Foi uma guerra entre a esquerda totalitária e a direita autoritária.

Folha - A guerra não partiu da reação dos franquistas à vitória da Frente Popular nas eleições de 1936?
Moa -
Não. Os franquistas só reagiram às violações das normas vigentes, como uma tentativa de golpe dos anarquistas em 1934. Franco tentou respeitar a lei até o fim.

Folha - Hitler e Mussolini não apoiaram os franquistas?
Moa -
Sim. E os republicanos tiveram o apoio de Stálin. A diferença é que a ajuda de Hitler e Mussolini foi logística, enquanto Stálin influenciou ideologicamente.

Folha - Calcula-se que cerca de 1 milhão de pessoas foram presas, mortas ou exiladas.
Moa -
Franco fez no poder o mesmo que os republicanos fizeram em combate. Não era um democrata, mas deixou um balanço social e econômico positivo.

Folha - O que poderia ter acontecido se Franco não tivesse tomado o poder?
Moa -
A Espanha seria submetida a uma ditadura stalinista. E sabemos o que acontece em regimes assim.



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