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"Franco tentou respeitar a lei", diz jornalista
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DE BARCELONA
Ex-comunista e hoje colunista do jornal conservador
"La Razón", o jornalista e
historiador Pio Moa, 54, tem
causado polêmica com o recém-lançado "Los Mitos de
la Guerra Civil". No livro,
Moa parte da ótica dos vencedores para narrar a história do franquismo.
Folha - Quais são os mitos
do conflito?
Pio Moa - A guerra sempre
foi tratada de modo passional, como um enfrentamento entre o bem e o mal, entre
republicanos democráticos e
fascistas. Mentira. Foi uma
guerra entre a esquerda totalitária e a direita autoritária.
Folha - A guerra não partiu
da reação dos franquistas à
vitória da Frente Popular nas
eleições de 1936?
Moa - Não. Os franquistas
só reagiram às violações das
normas vigentes, como uma
tentativa de golpe dos anarquistas em 1934. Franco tentou respeitar a lei até o fim.
Folha - Hitler e Mussolini
não apoiaram os franquistas?
Moa - Sim. E os republicanos tiveram o apoio de Stálin. A diferença é que a ajuda
de Hitler e Mussolini foi logística, enquanto Stálin influenciou ideologicamente.
Folha - Calcula-se que cerca
de 1 milhão de pessoas foram
presas, mortas ou exiladas.
Moa - Franco fez no poder
o mesmo que os republicanos fizeram em combate.
Não era um democrata, mas
deixou um balanço social e
econômico positivo.
Folha - O que poderia ter
acontecido se Franco não tivesse tomado o poder?
Moa - A Espanha seria submetida a uma ditadura stalinista. E sabemos o que acontece em regimes assim.
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