São Paulo, sábado, 21 de junho de 2008

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Herchcovitch encontra a paz na mulher

DA REPORTAGEM LOCAL

O tema da guerra apareceu tanto na coleção masculina quanto na feminina de Alexandre Herchcovitch. E não foi à toa que ele escolheu abordar um assunto tão forte e pesado numa temporada de verão.
Herchcovitch passou por problemas complicados, ao tratar a venda de sua grife para um grupo de moda -negócio que deu errado. Nas passarelas, ele decidiu fazer um link entre sua tormenta pessoal e os conflitos políticos no mundo.
Interessante notar, nesse contexto, o desenvolvimento das duas coleções. O desfile masculino foi pesado, em tons de preto e vermelho. Na passarela, bandeiras negras a meio pau anunciavam o luto.
Na feminina, as bandeiras surgiram brancas. Herchcovitch confia ao elemento feminino a tarefa de traçar um caminho de paz e conciliação. As primeiras entradas, mais sisudas, vão dando lugar a armaduras que se desintegram, ganhando aplicações florais e desembocam em camisolas levíssimas com formas que lembram uniformes militares..
Flores e cascatas de babados brotam do baixo ventre e desembocam em camisolas levíssimas. A cartela de cores privilegia os tons orgânicos, como o rosa pálido e o pele.
Com muita sensibilidade e inteligência, Herchcovitch aponta uma solução ligada ao erotismo, à fertilidade e também ao amor.
Trata-se de uma coleção brilhante, embora feita num momento de crise. As formas não buscam a novidade a qualquer preço. Cada coisa faz sentido, nas roupas e para além delas.
(VIVIAN WHITEMAN E ALCINO LEITE NETO)


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