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ERUDITO
Regente indiano e Filarmônica de Israel fazem concertos em SP e no Rio, a partir do dia 5, desta vez em salas fechadas
Zubin Mehta volta com saudades do parque
IRINEU FRANCO PERPETUO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O regente indiano Zubin Mehta
e sua orquestra, a Filarmônica de
Israel, fazem mais uma turnê brasileira, mas, desta vez, sem as
apresentações no parque.
"Sentimos por isso. A gente faz
tão poucos concertos ao ar livre
que acaba sentindo falta", afirmou Mehta, 65, por telefone, à
Folha, de Tel Aviv.
Dentro da série de assinaturas
do Cultura Artística, a Filarmônica de Israel toca na Sala São Paulo
dias 5 e 6, apresentando-se, no dia
seguinte, no Municipal do Rio.
Tendo em seu currículo os cargos de diretor musical da Sinfônica de Montreal e das filarmônicas
de Los Angeles e Nova York,
Mehta virou celebridade ao reger
os concertos dos Três Tenores nas
Copas do Mundo de 1990 e 1994.
Hoje, divide seu tempo entre a Filarmônica de Israel, da qual é diretor musical vitalício, a Bayerische Staatsoper, de Munique (Alemanha), e o Maggio Musicale Fiorentino, de Florença (Itália).
Folha - A Filarmônica de Israel se
parece mais com uma orquestra
americana ou européia ?
Zubin Mehta - É meio uma mistura, porque temos muitos russos
na orquestra, o que fez a virtuosidade aumentar bastante. Mas não
diria que é no nível americano,
pois há muitos músicos de câmera em nossa orquestra, e essa é
uma tradição européia.
Folha - E a gestão ?
Mehta - É 100% cooperativa, o
que a faz única. Os membros são
donos da orquestra. Eles elegem
três músicos para a direção a cada
dois anos, temos um secretário-geral e, comigo, o diretor musical,
são decididos os programas. A
desvantagem são os problemas financeiros, pois musicistas não
são captadores de recursos.
Folha - O sr. ainda tem objetivos
com a orquestra?
Mehta - Ah, sim. Não em termos
de repertório, que já é grande,
mas há muitos lugares do mundo
em que ainda não tocamos, especialmente no Oriente Médio.
FILARMÔNICA DE ISRAEL (Zubin
Mehta, regente). Quando: dias 5 e 6, às
21h. Onde: Sala São Paulo (pça. Júlio
Prestes, s/nš, tel. 0/xx/11/3337-5414).
Quanto: de R$ 100 a R$ 220. Quando: dia
7, às 20h30. Onde: Teatro Municipal do
Rio (pça. Floriano, s/nš, tel. 0/xx/21/262-3501). Quanto: de R$ 50 a R$ 1.500.
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