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Encenação de "Casa de Usher" foge do realismo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Projeção de imagens, palco
inclinado, movimentação cênica evitando o naturalismo e os
clichês da ópera: apostando no
elemento simbólico, o diretor
Caetano Vilela promete uma
encenação nada realista de "A
Queda da Casa de Usher",
adaptação operística de Philip
Glass para o texto homônimo
de Edgar Allan Poe.
"A montagem não vai ter cara de filme B de terror", diz Vilela. "O terror, hoje, é psicológico. O ataque terrorista em Londres aconteceu durante nossos
ensaios."
"A Queda da Casa de Usher"
tem como palco o Espaço Cultural Dr. Além, um cinema, cuja tela será aproveitada, exibindo imagens como as manifestações parisienses de maio de
68, a queda das Torres Gêmeas,
em Nova York, e o guitarrista
de rock Jimi Hendrix.
"A cenografia está dividida
em dois planos: o primeiro é a
casa; o segundo, um palco inclinado com tiras de elástico
vermelhas, representa a mente
do protagonista, Roderick Usher", explica o diretor, que cita
Jerzy Grotowski e Tadeusz
Kantor como suas influências.
No horário alternativo de
meia-noite, o espetáculo é regido por Roberto Minczuk, diretor artístico do festival, à frente
de uma orquestra especialmente montada para a ocasião.
Os solistas são Fernando Portari (tenor), Rosana Lamosa (soprano) e Paulo Szot (barítono).
Claude Debussy chegou a
tentar uma adaptação operística do conto de Poe, sem êxito.
Com libreto de Arthur Yorinks,
"A Queda da Casa de Usher",
de Philip Glass, estreou nos
EUA, em 1988, e foi posteriormente encenada em São Paulo,
em 91. A música está permeada
da repetição de padrões rítmicos e reiteração de tonalidades
que caracterizam a estética minimalista do compositor norte-americano. A produção negocia uma nova temporada em
São Paulo, em dezembro.
(IFP)
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