São Paulo, quinta-feira, 21 de julho de 2005

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Encenação de "Casa de Usher" foge do realismo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Projeção de imagens, palco inclinado, movimentação cênica evitando o naturalismo e os clichês da ópera: apostando no elemento simbólico, o diretor Caetano Vilela promete uma encenação nada realista de "A Queda da Casa de Usher", adaptação operística de Philip Glass para o texto homônimo de Edgar Allan Poe.
"A montagem não vai ter cara de filme B de terror", diz Vilela. "O terror, hoje, é psicológico. O ataque terrorista em Londres aconteceu durante nossos ensaios."
"A Queda da Casa de Usher" tem como palco o Espaço Cultural Dr. Além, um cinema, cuja tela será aproveitada, exibindo imagens como as manifestações parisienses de maio de 68, a queda das Torres Gêmeas, em Nova York, e o guitarrista de rock Jimi Hendrix.
"A cenografia está dividida em dois planos: o primeiro é a casa; o segundo, um palco inclinado com tiras de elástico vermelhas, representa a mente do protagonista, Roderick Usher", explica o diretor, que cita Jerzy Grotowski e Tadeusz Kantor como suas influências.
No horário alternativo de meia-noite, o espetáculo é regido por Roberto Minczuk, diretor artístico do festival, à frente de uma orquestra especialmente montada para a ocasião. Os solistas são Fernando Portari (tenor), Rosana Lamosa (soprano) e Paulo Szot (barítono).
Claude Debussy chegou a tentar uma adaptação operística do conto de Poe, sem êxito. Com libreto de Arthur Yorinks, "A Queda da Casa de Usher", de Philip Glass, estreou nos EUA, em 1988, e foi posteriormente encenada em São Paulo, em 91. A música está permeada da repetição de padrões rítmicos e reiteração de tonalidades que caracterizam a estética minimalista do compositor norte-americano. A produção negocia uma nova temporada em São Paulo, em dezembro. (IFP)

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