São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2006

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Crítica

Rio idealizado confere charme a "Bossa Nova"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Com uma freqüência aflitiva, os filmes que Bruno Barreto dirige parecem não interessá-lo verdadeiramente. Por isso mesmo é que "Bossa Nova" (Canal Brasil, 20h) me passa a impressão de destoar de maneira nítida de sua produção recente.
As pessoas me dizem com certa freqüencia que o Rio representado por Barreto não existe. Bem, é isso justamente que me parece interessante.
Antes que São Paulo fosse tomada pelo PCC, o Rio havia se transformado em sinônimo de insegurança, violência, arrastões, tráfico etc. Mas não era esse o Rio que interessava ao cineasta. Talvez fossem as impressões de sua infância do Rio, da paisagem deslumbrante, das relações sociais delicadas e do humor o que lhe interessava reter.
Enfim, é disso que é feito "Bossa Nova": de paquera, leveza, um tanto de sem-vergonhice. O Rio da bossa nova.
O que queriam? A música das metralhadoras? Isso pode ter seu lugar, mas em algum outro filme.


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