São Paulo, segunda-feira, 21 de julho de 2008

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Crítica

Em "A Malvada", a teatralidade está em questão

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

É nos bastidores do teatro que se passa "A Malvada" (TC Cult, 15h20; livre). É ali que uma jovem e humilde atriz, Anne Baxter, agirá para ficar com o lugar da estrela do espetáculo, Bette Davis.
Não é apenas uma disputa pessoal, mas a teatralidade o que está em questão: ser outra, representar, é o fundamento das ações das personagens principais (existe uma terceira, Thelma Ritter, a ex-atriz hoje reduzida a um trabalho de bastidor, portanto desprovida de teatralidade, ou de voz).
E a voz é importante. Porque Joseph L. Mankiewicz, o diretor deste filme, parece sempre ter achado uma balela essa história de que cinema é imagem (a dele é muito boa, lembre-se). O cinema é sonoro e o diálogo é uma arma essencial para mostrar e esconder o pensamento, para expor e omitir.
Saber a hora exata de cada operação é, eventualmente, o que faz uma estrela. É nessa direção que a santinha, Anne Baxter, agirá desde que, quando o filme começa, ela se apresenta como mera fanzoca.


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