ISABEL VERSIANI
de Londres

Começou no último domingo, em Edimburgo, o maior festival de arte do planeta. Como acontece durante todo o mês de agosto há 51 anos, a capital escocesa foi tomada por milhares de músicos, dançarinos, atores, escritores, cineastas e artistas plásticos, tranformando-se numa verdadeira Disneylândia da cultura.
O famoso festival, na verdade, é uma reunião de quatro eventos que correm em paralelo: o Festival Internacional de Edimburgo, que é o principal; o Festival Fringe (que signifiga margem, ou periferia, em inglês); o Festival de Cinema e o Festival do Livro.

Programação extensa
A programação de todo o evento, que é sempre extensa, este ano está ainda maior.
Ao todo, serão realizados 1.479 espetáculos, apresentados 94 filmes e promovidos 50 debates literários, além de mais de 60 exposições de arte.
Com tantas opções, o visitante corre o risco de ficar perdido, sem saber o que deve procurar ver.
Para quem não comprou com antecedência ingressos para as apresentações que são mais concorridas, uma boa alternativa é entrar ao léu em qualquer uma das salas de espetáculos e deixar-se surpreender.
Tempero
O Festival Fringe é considerado o "tempero" do evento de Edimburgo.
Como não seleciona ou censura os artistas que querem participar da programação -qualquer pessoa pode se inscrever- , é no Fringe que acontecem as apresentações mais inusitadas e de vanguarda.
Personalidades como Emma Thompson e Stephen Fry são alguns dos atores britânicos que já se apresentaram no festival antes de ficarem famosos.
Este ano há 9.000 artistas inscritos no Fringe e, pela primeira vez, o evento começou uma semana antes do início do festival oficial, no dia 9 de agosto.

Histórico
O Fringe foi criado em 1948, quando seis companhias teatrais foram a Edimburgo se apresentar sem terem sido convidadas para o festival.
Ao contrário da mostra oficial, o Fringe não paga os artistas que se apresentam em sua programação (ainda que eles possam cobrar ingressos). No entanto, oferece premiações em diferentes áreas.

O oficial
Entre as atrações do festival oficial, constam apresentações da Orquestra Filarmônica de Berlim, do Balé Nacional Holandês e da Royal Opera House, de Londres.
Na dança, um dos espetáculos mais esperados é o do Balé Nacional Holandês.
Mas alguns grupos menos conhecidos também prometem, como o do espanhol Gelabert Azzopardi, que faz uma mistura de dança clássica e moderna.
A participação brasileira no festival todo se limitará à exibição do filme "Central do Brasil", do diretor Walter Salles, nos dias 24 e 29 de agosto.
No programa, Salles é comparado, pelos organizadores, ao diretor italiano Vittorio De Sica.
O Festival Internacional de Edimburgo se encerra no dia 5 de setembro.



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