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ARTES PLÁSTICAS
Curador alemão é confirmado para 26ª Bienal; Ziraldo foi escolhido para desenhar cartaz do evento
Alfons Hug prepara "Terra de Ninguém"
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
O curador alemão Alfons Hug já
trabalha oficialmente na organização da 26ª Bienal de São Paulo,
cujo tema será "Terra de Ninguém", em 2004. Hug, primeiro
estrangeiro a curar uma bienal de
São Paulo, foi mantido pelo presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa. Entre suas funções está indicar a representação brasileira na Bienal
de Veneza, no próximo ano.
Já a Bienal paulistana terá, pela
primeira vez, uma duração superior a dois meses. "Serão 96 dias,
com a abertura em 18 de setembro
de 2004", afirma Costa.
Nos próximos dez dias já estará
pronto o cartaz da Bienal, tarefa a
cargo do cartunista Ziraldo. "Foi
uma decisão emocional, é uma
homenagem da Bienal a Ziraldo,
que, por sua vez, não irá cobrar
pela obra", diz Pires da Costa.
Com "Terra de Ninguém", Hug
reforça a Bienal paulistana como
evento que realiza mapeamentos
geográficos, sistema que teve início na última Bienal, ao retratar 11
metrópoles. No entanto, agora
são os "espaços abandonados pela economia", segundo Costa, que
servirão de tema para os artistas.
Um dos artistas pré-selecionados
para esse módulo é o fotógrafo
alemão Thomas Struth.
A 26ª Bienal toma emprestada
da Documenta de Kassel, encerrada no último fim de semana, a
idéia de realizar seminários com
especialistas antes da mostra.
"Como nosso tema merece introspecção, estamos convidando
filósofos, críticos e sociólogos como Umberto Eco, Jean Baudrillard, Milan Kundera e Edgar Morin para um colóquio, que será
realizado no primeiro semestre de
2004", afirma Costa.
A Bienal terá também um corte
de cerca de 25% no número de
participantes. As representações
nacionais, que em 2002 chegaram
a quase 80 países, serão limitadas
a 60. Mesmo a representação brasileira, que também ficará a cargo
de Hug, terá no máximo 15 artistas, contra os 20 da 25ª. Finalmente, as salas especiais, que desde a
25ª substituíram o núcleo histórico, "serão ocupadas por dez artistas de destaque no panorama
contemporâneo, incluindo-se aí
também brasileiros", diz Costa.
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