São Paulo, sábado, 21 de setembro de 2002

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ARTES PLÁSTICAS

Curador alemão é confirmado para 26ª Bienal; Ziraldo foi escolhido para desenhar cartaz do evento

Alfons Hug prepara "Terra de Ninguém"

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

O curador alemão Alfons Hug já trabalha oficialmente na organização da 26ª Bienal de São Paulo, cujo tema será "Terra de Ninguém", em 2004. Hug, primeiro estrangeiro a curar uma bienal de São Paulo, foi mantido pelo presidente da Fundação Bienal, Manoel Francisco Pires da Costa. Entre suas funções está indicar a representação brasileira na Bienal de Veneza, no próximo ano.
Já a Bienal paulistana terá, pela primeira vez, uma duração superior a dois meses. "Serão 96 dias, com a abertura em 18 de setembro de 2004", afirma Costa.
Nos próximos dez dias já estará pronto o cartaz da Bienal, tarefa a cargo do cartunista Ziraldo. "Foi uma decisão emocional, é uma homenagem da Bienal a Ziraldo, que, por sua vez, não irá cobrar pela obra", diz Pires da Costa.
Com "Terra de Ninguém", Hug reforça a Bienal paulistana como evento que realiza mapeamentos geográficos, sistema que teve início na última Bienal, ao retratar 11 metrópoles. No entanto, agora são os "espaços abandonados pela economia", segundo Costa, que servirão de tema para os artistas. Um dos artistas pré-selecionados para esse módulo é o fotógrafo alemão Thomas Struth.
A 26ª Bienal toma emprestada da Documenta de Kassel, encerrada no último fim de semana, a idéia de realizar seminários com especialistas antes da mostra. "Como nosso tema merece introspecção, estamos convidando filósofos, críticos e sociólogos como Umberto Eco, Jean Baudrillard, Milan Kundera e Edgar Morin para um colóquio, que será realizado no primeiro semestre de 2004", afirma Costa.
A Bienal terá também um corte de cerca de 25% no número de participantes. As representações nacionais, que em 2002 chegaram a quase 80 países, serão limitadas a 60. Mesmo a representação brasileira, que também ficará a cargo de Hug, terá no máximo 15 artistas, contra os 20 da 25ª. Finalmente, as salas especiais, que desde a 25ª substituíram o núcleo histórico, "serão ocupadas por dez artistas de destaque no panorama contemporâneo, incluindo-se aí também brasileiros", diz Costa.



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