São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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ILUSTRADA

Primeiro romance de colombiano em dez anos, "Memoria de Mis Putas Tristes" , saiu com último capítulo alterado

García Márquez muda final e dribla piratas

DA REPORTAGEM LOCAL

Gabriel García Márquez, conhecido como pai do "realismo fantástico", mostrou ontem algo digno de sua literatura. O escritor colombiano, de 77 anos, havia antecipado em uma semana o lançamento de seu novo romance depois que cópias piratas do livro foram apreendidas na Colômbia.
Ontem, ao lançar o romance "Memoria de Mis Putas Tristes" no México, o vencedor do Nobel de 1982 deu o troco nos piratas. "Pode verificar a versão colombiana e compare com a edição oficial, lançada hoje. García Márquez mudou o último capítulo", disse Braulio Peralta, editor da Random House Mondadori, que publica o escritor.
Primeiro romance do escritor de "Cem Anos de Solidão" em uma década, a história do colombiano de 90 anos que narra suas peripécias amorosas teve alterações leves, segundo o editor.
As mudanças foram feitas a tempo de pegar toda a tiragem recorde de 1 milhão de exemplares em língua espanhola (só na Colômbia foram impressas mais de 350 mil cópias).
A polícia colombiana, que prendeu anteontem três vendedores de cópias piratas do romance, anunciou que não foram mais do que 5.000 os exemplares impressos ilegalmentes.
As notícias sobre pirataria não foram as únicas sobre García Márquez que circularam pela imprensa internacional ontem. Os editores do escritor no México anunciaram também que Gabo, como o escritor é apelidado, já está escrevendo outra obra, a novela "Nos Vemos en Agosto".
"Ficamos muito contentes em saber que ele está escrevendo. Estávamos muito preocupados com sua saúde", disse o editor de García Márquez, em referência ao câncer do sistema linfático que o escritor vem combatendo.
O lançamento mais recente do autor, que mora atualmente na Cidade do México e que não publicava um romance desde "Do Amor e Outros Demônios" (1994), tinha sido o livro de memórias "Viver para Contar", que saiu há pouco mais de um ano.
As "memórias" inventadas que ele acaba de publicar, em não mais do que 110 páginas, ainda não estão programadas para sair no Brasil, segundo a editora Record, que vem publicando suas obras. A data de lançamento da edição norte-americana também ainda não foi anunciada.


Com agências internacionais


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