São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2005

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Lidell traz faceta "funk soul brother" ao Brasil

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Ele é incomodamente comparado ao Jamiroquai. Mas em compensação há os que digam que se trata do novo Prince. Já falaram que, pelo vozeirão tão negro saindo de um ser tão branco, ele é a Joss Stone com roupas masculinas. Mas o que ele deve gostar é a deferência de que ninguém incorporou tão bem o termo "funk soul brother", criado pelo superDJ Fatboy Slim há alguns anos.
O simpático produtor e cantor inglês Jamie Lidell, 32 anos, atração de última hora do Tim Festival carioca (veio para substituir a dupla Autechre), é o tal na leva de astros da música britânica graças a seu mais novo CD, "Multiply", e, principalmente, a suas eletrizantes performances ao vivo. Seu show acontece hoje no Tim Lab.
De voz vibrante e ensopada de soul music, ele conseguiu encantar outras áreas. Tocou recentemente em festival da MTV, em Londres, com o grupo de garagem The Kills. É a banda preferida dos moleques quase-punks do Rakes. Lidell toca em programas pop das rádios da BBC.
E já que ser retrô na música pop é ser atual em 2005, este é o ano de Lidell e de seu revival vivo do soul anos 70. É isso, Jamie?

 

Folha - Foi uma surpresa ver seu nome incluído de repente na lista de atrações do Tim Festival. Você não tem discos lançados aqui nem aparece na MTV Brasil. Como você se apresenta ao público brasileiro?
Jamie Lidell -
Foi surpresa para mim também. Cheguei a falar: "Brasil? Vocês têm certeza?". Bom, eu faço música já tem uns dez anos. Sempre fui ligado em algo mais experimental e eletrônico. Mas com esse meu recente disco, "Multiply", eu meio que me reinventei. Fundamentalmente eu sou um cantor de soul. Mas na minha música ainda tem jazz, pop, eletrônico.

Folha - Esse CD, "Multiply", é o seu segundo e levou cinco anos para sair depois de "Muddling Gear". Onde você esteve nesse tempo?
Lidell -
Fiquei muito ocupado com projetos paralelos eletrônicos em Berlim, onde moro. Tirei um ano para aprender a mexer em computadores. Passei um tempo gravando com o Matthew Herbert. Essas coisas.

Folha - O que fez você mergulhar tanto na soul music, como em "Multiply"?
Lidell -
Na verdade quis fazer algo bem diferente do que andava fazendo. Aí deixei aflorar meu lado James Brown e escolhi um ritmo com canções fortes e claras, para ver como eu me saio.

Folha - Você deve tocar no mesmo horário dos Strokes.
Lidell -
É mesmo? Bem, deve ter público para os dois shows. É uma pena, porque aí não vou conseguir vê-los.


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