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Lidell traz faceta "funk soul brother" ao Brasil
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Ele é incomodamente comparado ao Jamiroquai. Mas em compensação há os que digam que se
trata do novo Prince. Já falaram
que, pelo vozeirão tão negro saindo de um ser tão branco, ele é a
Joss Stone com roupas masculinas. Mas o que ele deve gostar é a
deferência de que ninguém incorporou tão bem o termo "funk soul
brother", criado pelo superDJ
Fatboy Slim há alguns anos.
O simpático produtor e cantor
inglês Jamie Lidell, 32 anos, atração de última hora do Tim Festival carioca (veio para substituir a
dupla Autechre), é o tal na leva de
astros da música britânica graças
a seu mais novo CD, "Multiply", e,
principalmente, a suas eletrizantes performances ao vivo. Seu
show acontece hoje no Tim Lab.
De voz vibrante e ensopada de
soul music, ele conseguiu encantar outras áreas. Tocou recentemente em festival da MTV, em
Londres, com o grupo de garagem The Kills. É a banda preferida
dos moleques quase-punks do
Rakes. Lidell toca em programas
pop das rádios da BBC.
E já que ser retrô na música pop
é ser atual em 2005, este é o ano de
Lidell e de seu revival vivo do soul
anos 70. É isso, Jamie?
Folha - Foi uma surpresa ver seu
nome incluído de repente na lista
de atrações do Tim Festival. Você
não tem discos lançados aqui nem
aparece na MTV Brasil. Como você
se apresenta ao público brasileiro?
Jamie Lidell - Foi surpresa para
mim também. Cheguei a falar:
"Brasil? Vocês têm certeza?".
Bom, eu faço música já tem uns
dez anos. Sempre fui ligado em algo mais experimental e eletrônico. Mas com esse meu recente disco, "Multiply", eu meio que me
reinventei. Fundamentalmente
eu sou um cantor de soul. Mas na
minha música ainda tem jazz,
pop, eletrônico.
Folha - Esse CD, "Multiply", é o
seu segundo e levou cinco anos para sair depois de "Muddling Gear".
Onde você esteve nesse tempo?
Lidell - Fiquei muito ocupado
com projetos paralelos eletrônicos em Berlim, onde moro. Tirei
um ano para aprender a mexer
em computadores. Passei um
tempo gravando com o Matthew
Herbert. Essas coisas.
Folha - O que fez você mergulhar
tanto na soul music, como em
"Multiply"?
Lidell - Na verdade quis fazer algo bem diferente do que andava
fazendo. Aí deixei aflorar meu lado James Brown e escolhi um ritmo com canções fortes e claras,
para ver como eu me saio.
Folha - Você deve tocar no mesmo
horário dos Strokes.
Lidell - É mesmo? Bem, deve ter
público para os dois shows. É uma
pena, porque aí não vou conseguir vê-los.
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