São Paulo, sexta-feira, 21 de outubro de 2005

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VARIEDADES

Especial celebra a caneta mais vendida

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Poucos objetos conseguem ser tão importantes e ao mesmo tempo tão desimportantes quanto uma caneta Bic Cristal, tema deste documentário de amanhã no STV, à meia-noite.
Tente se lembrar de quantas delas você viu terminar. E de quantas vezes precisou dela, quantas vezes lhe furtaram uma delas e você nem ligou. Em Redações de jornal ocorre muito, e ainda não há um histórico de punições para essas subtrações. Ótimo, pois nenhum repórter sairia impune.
Um documentário sobre essa ferramenta acaba se tornando curioso, embora este especial francês, produzido pela Arte France/ Lapsus, tenha 26 minutos de muita proposta. Nenhuma narração, apenas legendas e samples de locuções da época.
O momento é 1950, quando o francês Marcel Bich põe no mercado uma visão muito mais acessível de escrita -canetas até então eram objetos de luxo. A França reconstruída demandava objetos práticos, e o produto revolucionou a escrita à mão com seu traço firme, baseado numa esfera enfiada numa cabeça de latão.
A partir daí, o programa destrincha fatos da caneta, como seu design inovador -aquela transparência que só recentemente os eletroeletrônicos adotaram, a tampinha, que tem as funções de pendurar a bichinha no bolso e nos ajudar a superar uma segunda fase oral, e o formato hexagonal, que dá mais firmeza à empunhadura. E claro, a zarabatana ideal para a volta às aulas.
E aí virou essa coqueluche que ninguém dá bola. A caneta mais vendida e perdida no mundo -sim, o documentário faz graça disso- é mesmo feita para durar. Um "case" de design e publicidade que as crianças adoram estourar dentro dos bolsos.
Marcel Bich, enfim, produziu, a partir da patente de Laszlo Biro, um invento genial e um transtorno. Vale os 26 minutos e tentar não perder.


Visões do Mundo - Esferográfica Bic Cristal
Quando:
amanhã, à 0h, e dia 25 (terça), às 20h30, na STV


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