São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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Crítica

Cinema alemão atual vê passado com humor

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

O cinema alemão viveu dias de desespero, no primeiro pós-guerra. Desespero glorioso, pode-se alegar, mas desespero.
Depois viveu dias de angústia, na geração de 70 do século passado. Angústia (Herzog), quando não desespero (Fassbinder) ou falta de direção (Wenders).
Pois bem, a Alemanha atravessa o século com um cinema feliz. O trauma do hitlerismo, que conviveu com a cisão do país em duas partes, parece ter desaparecido. Ou antes, ganha um caráter até comercial, como bem lembrou o colega Ruy Gardnier: hoje em dia a Alemanha financia projetos que falem (mal) de Hitler, que hoje virou uma espécie de Judas de Sábado de Aleluia. Pode até ser perigoso, mas é assim.
A nova face da Alemanha vem, em grande medida, de filmes como "Adeus, Lênin" (Telecine Pipoca, 13h45; não indicado a menores de 12 anos), de Wolfgang Becker, que celebram a reunificação sem demonstrar rancor pelo passado de divisão e pelo comunismo, visto agora como fenômeno quase burlesco.


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