São Paulo, quarta-feira, 21 de outubro de 2009

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Depois de duas décadas, Prodigy mantém vigor

Com integrantes quase quarentões, banda se apresenta em São Paulo e no Rio

Shows terão "cinco ou seis" faixas de "Invaders Must Die", o CD mais recente, além de clássicos de "The Fat of the Land"

Mastrangelo Reino/Folha Imagem
Keith Flint, vocalista da banda inglesa Prodigy, em apresentação em Moscou no início deste mês; o grupo retorna ao Brasil

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

No rock, nos acostumamos a assistir a roqueiros cinquentões pulando em palco. E na dance music? Até quando o Prodigy continuará tocando faixas agressivas e inconsequentes como "Smack My Bitch Up" (espanque minha vagabunda) sem que possa ser considerado um atentado ao bom senso?
"Não vou estar fazendo isso com essa idade", ri Liam Howlet, questionado pela Folha se ele se veria tocando na banda com 50 ou 60 anos. "Mas posso te dizer que ainda não me sinto nada velho fazendo o que estamos fazendo."
Howlet tem 38 anos e desde 1990 é o cérebro do Prodigy -ele compõe e programa a maioria das faixas da banda, enquanto Keith Flint e Maxim Reality entretêm o público cantando e fazendo caretas.
Essa formação retorna ao país para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro, nos próximos dias 23 (Credicard Hall) e 24 (Citibank Hall).
"Estamos no estúdio ensaiando, trabalhando nos shows. Vamos tocar cinco ou seis faixas do último disco, mixando com as mais antigas. Mas essas coisas mais velhas são retrabalhadas, para soarem modernas", ele conta.
O último disco é "Invaders Must Die", lançado neste ano, que teve participação de Dave Grohl (Foo Fighters) na bateria de algumas faixas e que foi recebido com elogios -pelo menos com bem mais elogios do que "Always Outnumbered, Never Outgunned", de 2004.
"Always Outnumbered..." interrompia um hiato de sete anos da banda sem lançar discos, depois do espetacular sucesso de "The Fat of the Land" "As pessoas acharam o penúltimo disco confuso, acharam que era um disco solo, mas Maxim e Keith estavam nele.
Neste álbum, diminuímos o número de colaborações. E fizemos um disco que dá para ser tocado inteiro ao vivo, o que sempre é bom."
Ao vivo o Prodigy é das bandas mais violentas do mundo. Culpa em grande parte de "The Fat of the Land", disco que trazia, além de "Smack My Bitch Up", "Breathe" e "Firestarter" e escancarava, em 1997, que a dance music e o punk não estão nada distantes. O álbum chegou ao topo das paradas britânica e americana. "Toda banda sonha em produzir um disco de muito suceso. Não vou reclamar, me sinto sortudo. Mas, olhando pra trás, vemos que depois fica muito fácil cair na preguiça... Nós não queríamos mais nada na época, apenas dar um tempo. Então nesse sentido o sucesso do disco afetou a banda de forma ruim. Depois desse disco, não estávamos mais tão famintos."
Howllet conta que "The Fat of..." foi inspirado mais pelo rock do que pela eletrônica.
"Basicamente, após 1993 eu fiquei decepcionado com a maneira que a dance music estava se desenvolvendo. Estava repetitiva demais, chata. Nos EUA, conheci várias bandas ótimas, cheias de groove e energia."
E continua: "Após o lançamento do segundo álbum [em 1994], vi que nosso público estava mudando, que muitos fãs de rock iam aos shows, gente que ouvia Nirvana, por exemplo. Então, incorporamos essa atitude quando fizemos "The Fat of the Land'".
Essa energia foi traduzida também para o palco.
"Nos shows, queremos que as pessoas se sintam como parte de uma gangue, que não fiquem apenas olhando, confortáveis. Somos o mais direto possível. É um instinto básico, primal."


PRODIGY

Quando: sexta (São Paulo) e sábado (Rio), às 22h
Onde: em SP, no Via Funchal (r. Funchal, 65, tel. 0/xx/11/2846-6010); no Rio, no Citibank Hall (av. Ayrton Senna, 3000, tel. 0300-7896846)
Quanto: em SP, de R$ 180 a R$ 400; no Rio, de R$ 150 a R$ 300
Classificação: 16 anos




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