São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2000

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Novo museu funcionará sem curadoria fixa

DO ENVIADO A BUENOS AIRES

"Não nos interessam megaexposições, ninguém consegue ver mais que 120 peças em uma mostra. O que vale é o processo comunicativo, fazer com que o público compreenda as obras", disse à Folha o mexicano Augustin Arteaga, diretor do Malba.
Arteaga era diretor do Palácio de Belas Artes, na Cidade do México. Há seis meses em Buenos Aires, enquanto os construtores terminam as obras do museu, é ele quem está delineando como ele será preenchido. É quem programa também a maior parte da verba destinada ao museu. Dos US$ 100 milhões que envolvem o projeto, ele administra 75%.
Uma das decisões é que não haverá um curador. Cada exposição terá um curador convidado, que deverá trabalhar com funcionários do museu, uma forma de capacitação e intercâmbio. O brasileiro Paulo Herkenhoff, por exemplo, será o curador de uma exposição sobre o argentino Guillermo Kuitca, já em 2001.
As mostras também irão sempre excursionar, como forma de divulgação da arte latino-americana. A segunda prevista, uma retrospectiva sobre Lasar Segall, já tem datas acertadas em museus norte-americanos e europeus.
"Precisamos acabar com essa noção de que somos periferia e sempre estamos de olho no centro", diz Arteaga. Com isso, o diretor pretende transformar o museu num espaço alternativo de criação. O Malba deve realizar nove exposições por ano, com destaque para jovens artistas. A primeira, é claro, será da coleção completa de Constantini, que, quando vista há dois anos no Brasil, tinha 140 obras e agora já ultrapassa 200. (FCy)



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