|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Novo museu funcionará sem curadoria fixa
DO ENVIADO A BUENOS AIRES
"Não nos interessam megaexposições, ninguém consegue ver
mais que 120 peças em uma mostra. O que vale é o processo comunicativo, fazer com que o público
compreenda as obras", disse à Folha o mexicano Augustin Arteaga,
diretor do Malba.
Arteaga era diretor do Palácio
de Belas Artes, na Cidade do México. Há seis meses em Buenos Aires, enquanto os construtores terminam as obras do museu, é ele
quem está delineando como ele
será preenchido. É quem programa também a maior parte da verba destinada ao museu. Dos US$
100 milhões que envolvem o projeto, ele administra 75%.
Uma das decisões é que não haverá um curador. Cada exposição
terá um curador convidado, que
deverá trabalhar com funcionários do museu, uma forma de capacitação e intercâmbio. O brasileiro Paulo Herkenhoff, por
exemplo, será o curador de uma
exposição sobre o argentino Guillermo Kuitca, já em 2001.
As mostras também irão sempre excursionar, como forma de
divulgação da arte latino-americana. A segunda prevista, uma retrospectiva sobre Lasar Segall, já
tem datas acertadas em museus
norte-americanos e europeus.
"Precisamos acabar com essa
noção de que somos periferia e
sempre estamos de olho no centro", diz Arteaga. Com isso, o diretor pretende transformar o museu num espaço alternativo de
criação. O Malba deve realizar nove exposições por ano, com destaque para jovens artistas. A primeira, é claro, será da coleção
completa de Constantini, que,
quando vista há dois anos no Brasil, tinha 140 obras e agora já ultrapassa 200.
(FCy)
Texto Anterior: Artes Plásticas: Argentina arma alternativa a Guggenheim Próximo Texto: Música Erudita: Alfred Schnittke faz valer concerto da Osesp Índice
|