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SUNDANCE
Atriz, que recebeu prêmio no festival de 97, apresenta neste ano o filme "The Misadventures of Margaret"
Parker Posey rejeita rótulo de musa indie
CLÁUDIA PIRES
enviada especial a Salt Lake City
Em 1997, a atriz Parker Posey, 27,
se transformou em uma espécie de
símbolo do novo cinema independente americano.
Boa parte da fama de Parker foi
conseguida graças ao Sundance
Film Festival do ano passado. A
atriz participou de três filmes presentes ao festival em 97 e ganhou
um prêmio especial do júri por seu
trabalho em "House of Yes".
Parker ainda é uma das atrizes
mais assediadas do Sundance, mas
seu reinado já está um pouco
ameaçado, segundo os críticos.
Ela estrela "The Misadventures
of Margaret", que não agradou à
crítica nem ao público durante seu
lançamento no festival deste ano.
Mas a atriz parece não se preocupar com isso. "Continuo a fazer o
meu trabalho com o mesmo empenho de antes", afirmou à Folha.
Parker nasceu em Laurel, Mississippi, e estudou arte dramática na
Suny Purchase, em Nova York.
Seu primeiro filme foi "Jovens,
Loucos e Rebeldes", de Richard
Linklater, mas ela só começou a ficar conhecida depois de "Party
Girl" (Sundance-96) e "Amateur", dirigido por Hal Hartley.
O ano passado, porém, foi o de
sua maior divulgação em Sundance. Além de "House of Yes", ela
esteve em "Clockwatchers" e
"SubUrbia".
Leia a seguir trechos da entrevista de Parker Posey à Folha após a
exibição de "The Misadventures
of Margaret", na última terça.
Folha - O Sundance Festival do
ano passado trouxe reconhecimento e prêmio para seu trabalho.
Você acha que a repercussão vai
ser a mesma neste ano?
Parker Posey - Acho que essa
história de "musa do cinema independente" não existe, é uma
besteira. Continuo atuando nos
filmes que acho que devo atuar e,
no momento, é só isso que me importa.
Folha - Você tem atuado em comédias românticas, como "The Misadventures of Margaret". Isso parece ser uma tendência do cinema
independente no momento, certo?
Posey - Acho que sim. Existe
uma nova onda de filmes independentes que estão deixando de lado
temas como a violência urbana e
partindo para as comédias românticas, que devem ser modernas,
mas sem perder o charme das comédias dos anos 30 e 40. Esses novos filmes estão apostando em temas ligados ao relacionamento
das pessoas. O festival desse ano é
prova disso, existem vários filmes
sobre relacionamentos.
Folha - Muitos críticos afirmam
que o festival está mais comercial
hoje, que está mais próximo de
Hollywood. O que você acha disso?
Posey - É claro que o festival está crescendo e passando por mudanças, mas ainda é uma porta para os diretores que estão começando a trabalhar. Sundance revelou
Quentin Tarantino e ainda deve
revelar muitos novos talentos.
Folha - "Margaret" é o primeiro
filme de Brian Skeet. Como foi trabalhar com um diretor que está fazendo sua estréia?
Posey - É muito excitante trabalhar com um diretor que está dirigindo pela primeira vez. Você se
envolve muito mais no processo
criativo. Brian sempre esteve aberto a sugestões. Existe uma energia
e uma vibração maior entre os novos profissionais, o que é fundamental nos filmes independentes.
Folha - Qual é sua definição de
cinema independente?
Posey - É aquele que dá voz independente ao diretor. Ele tem
muito mais liberdade para trabalhar do que um diretor atrelado a
Hollywood. É um cinema muito
mais criativo e inteligente.
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