São Paulo, quinta, 22 de janeiro de 1998.



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SUNDANCE
Atriz, que recebeu prêmio no festival de 97, apresenta neste ano o filme "The Misadventures of Margaret"
Parker Posey rejeita rótulo de musa indie

CLÁUDIA PIRES
enviada especial a Salt Lake City

Em 1997, a atriz Parker Posey, 27, se transformou em uma espécie de símbolo do novo cinema independente americano.
Boa parte da fama de Parker foi conseguida graças ao Sundance Film Festival do ano passado. A atriz participou de três filmes presentes ao festival em 97 e ganhou um prêmio especial do júri por seu trabalho em "House of Yes".
Parker ainda é uma das atrizes mais assediadas do Sundance, mas seu reinado já está um pouco ameaçado, segundo os críticos.
Ela estrela "The Misadventures of Margaret", que não agradou à crítica nem ao público durante seu lançamento no festival deste ano.
Mas a atriz parece não se preocupar com isso. "Continuo a fazer o meu trabalho com o mesmo empenho de antes", afirmou à Folha.
Parker nasceu em Laurel, Mississippi, e estudou arte dramática na Suny Purchase, em Nova York. Seu primeiro filme foi "Jovens, Loucos e Rebeldes", de Richard Linklater, mas ela só começou a ficar conhecida depois de "Party Girl" (Sundance-96) e "Amateur", dirigido por Hal Hartley.
O ano passado, porém, foi o de sua maior divulgação em Sundance. Além de "House of Yes", ela esteve em "Clockwatchers" e "SubUrbia".
Leia a seguir trechos da entrevista de Parker Posey à Folha após a exibição de "The Misadventures of Margaret", na última terça.

Folha - O Sundance Festival do ano passado trouxe reconhecimento e prêmio para seu trabalho. Você acha que a repercussão vai ser a mesma neste ano?
Parker Posey
- Acho que essa história de "musa do cinema independente" não existe, é uma besteira. Continuo atuando nos filmes que acho que devo atuar e, no momento, é só isso que me importa.
Folha - Você tem atuado em comédias românticas, como "The Misadventures of Margaret". Isso parece ser uma tendência do cinema independente no momento, certo?
Posey
- Acho que sim. Existe uma nova onda de filmes independentes que estão deixando de lado temas como a violência urbana e partindo para as comédias românticas, que devem ser modernas, mas sem perder o charme das comédias dos anos 30 e 40. Esses novos filmes estão apostando em temas ligados ao relacionamento das pessoas. O festival desse ano é prova disso, existem vários filmes sobre relacionamentos.
Folha - Muitos críticos afirmam que o festival está mais comercial hoje, que está mais próximo de Hollywood. O que você acha disso?
Posey
- É claro que o festival está crescendo e passando por mudanças, mas ainda é uma porta para os diretores que estão começando a trabalhar. Sundance revelou Quentin Tarantino e ainda deve revelar muitos novos talentos.
Folha - "Margaret" é o primeiro filme de Brian Skeet. Como foi trabalhar com um diretor que está fazendo sua estréia?
Posey
- É muito excitante trabalhar com um diretor que está dirigindo pela primeira vez. Você se envolve muito mais no processo criativo. Brian sempre esteve aberto a sugestões. Existe uma energia e uma vibração maior entre os novos profissionais, o que é fundamental nos filmes independentes.
Folha - Qual é sua definição de cinema independente?
Posey -
É aquele que dá voz independente ao diretor. Ele tem muito mais liberdade para trabalhar do que um diretor atrelado a Hollywood. É um cinema muito mais criativo e inteligente.



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