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GILBERTO FREYRE
Cineasta paulista começa a filmar hoje em Recife "Casa-Grande & Senzala", obra de sociólogo
Nelson Pereira une pontas da carreira
da Redação
Aos 71 anos de idade e 50 de carreira, o mais importante cineasta
brasileiro vivo diz agora unir as
"duas pontas da vida": Nelson Pereira dos Santos começa a filmar
hoje o documentário "Casa-Grande & Senzala" -adaptação
para a televisão da obra clássica
de Gilberto Freyre.
"Vou unir o cinema de intenção
documental, do início da minha
carreira, ao da sensualidade, dos
meus últimos filmes. Gilberto
Freyre, quando terminou de escrever o livro "Casa-Grande &
Senzala" disse ter sido tomado por
um enorme prazer erótico, espero
sentir o mesmo depois desse trabalho", disse à Folha (leia entrevista abaixo).
Dono de vasta filmografia, representante do Brasil em uma infinidade de festivais de cinema, o
diretor de "Vidas Secas" (1963)
-filme considerado, diversas vezes e por diferentes votações, um
dos melhores brasileiros de todosos tempos, ao lado de "Deus e o
Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha- diz ter abandonado
um projeto para começar outro.
No final do ano passado, depois
de não conseguir recursos para
tocar o que seria o seu 17º longa-metragem, "Guerra e Liberdade
-Castro Alves em São Paulo", ele,
em parceria com o canal pago
GNT, começou a desenvolver o
projeto de adaptação de "Casa-Grande & Senzala".
Os motivos foram o orçamento
mais barato -o documentário
que será rodado em 16 milímetros
ficará em R$ 3,5 milhões (metade
do previsto para o longa-metragem)- e obviamente a "estatura
e a importância de uma obra como "Casa-Grande & Senzala",
num ano de centenário de Gilberto Freyre e comemorações do
Descobrimento".
O cineasta diz não se afastar da
tradição de adaptar obras literárias, mesmo que dessa vez o enfoque seja a sociologia. O grande
desafio está em "não interpretar
Gilberto Freyre, mas apresentar
na essência o seu pensamento".
Em entrevista à Folha, Nelson
Pereira dos Santos contou suas
expectativas em relação ao projeto, sua visão do sociólogo Gilberto Freyre e do Brasil.
(SHEILA GRECCO)
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