São Paulo, Sábado, 22 de Janeiro de 2000


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GILBERTO FREYRE
Cineasta paulista começa a filmar hoje em Recife "Casa-Grande & Senzala", obra de sociólogo
Nelson Pereira une pontas da carreira

da Redação

Aos 71 anos de idade e 50 de carreira, o mais importante cineasta brasileiro vivo diz agora unir as "duas pontas da vida": Nelson Pereira dos Santos começa a filmar hoje o documentário "Casa-Grande & Senzala" -adaptação para a televisão da obra clássica de Gilberto Freyre.
"Vou unir o cinema de intenção documental, do início da minha carreira, ao da sensualidade, dos meus últimos filmes. Gilberto Freyre, quando terminou de escrever o livro "Casa-Grande & Senzala" disse ter sido tomado por um enorme prazer erótico, espero sentir o mesmo depois desse trabalho", disse à Folha (leia entrevista abaixo).
Dono de vasta filmografia, representante do Brasil em uma infinidade de festivais de cinema, o diretor de "Vidas Secas" (1963) -filme considerado, diversas vezes e por diferentes votações, um dos melhores brasileiros de todosos tempos, ao lado de "Deus e o Diabo na Terra do Sol", de Glauber Rocha- diz ter abandonado um projeto para começar outro.
No final do ano passado, depois de não conseguir recursos para tocar o que seria o seu 17º longa-metragem, "Guerra e Liberdade -Castro Alves em São Paulo", ele, em parceria com o canal pago GNT, começou a desenvolver o projeto de adaptação de "Casa-Grande & Senzala".
Os motivos foram o orçamento mais barato -o documentário que será rodado em 16 milímetros ficará em R$ 3,5 milhões (metade do previsto para o longa-metragem)- e obviamente a "estatura e a importância de uma obra como "Casa-Grande & Senzala", num ano de centenário de Gilberto Freyre e comemorações do Descobrimento".
O cineasta diz não se afastar da tradição de adaptar obras literárias, mesmo que dessa vez o enfoque seja a sociologia. O grande desafio está em "não interpretar Gilberto Freyre, mas apresentar na essência o seu pensamento".
Em entrevista à Folha, Nelson Pereira dos Santos contou suas expectativas em relação ao projeto, sua visão do sociólogo Gilberto Freyre e do Brasil.
(SHEILA GRECCO)

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