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GUERRA DE MUSEUS
Prado e Academia disputam Goya
das agências internacionais
Os museus espanhóis do Prado e da Real Academia de Belas
Artes de San Fernando estão
disputando a última grande
pintura de Francisco Goya
(1746-1828) que ainda era propriedade de um particular -e
que foi comprada pelo governo
espanhol na última terça-feira.
O Estado exerceu seu direito
prioritário de compra do quadro "A Condessa de Chinchón"
no momento em que a família
proprietária anunciou sua venda a um colecionador. A legislação espanhola permite que o Estado compre uma obra de arte
pelo mesmo preço oferecido pelo vendedor a outro particular.
O quadro foi adquirido por
US$ 24,38 milhões. Agora, o Ministério da Educação e Cultura
da Espanha terá de decidir
quem ficará com o quadro. A
decisão deve sair "nos próximos
dias", segundo o ministério. Enquanto isso o Prado argumenta
que o quadro de Goya deve ser
seu por questão de "lógica histórica". Já a Real Academia afirma
estar disposta a pagar o valor da
transação.
A data limite para a tomada da
decisão é 12 de fevereiro. A partir dessa data, o prazo para o pagamento total da obra é de dois
anos.
Razões do Prado
Para Fernando Checa, diretor
do Prado, o novo quadro complementará a coleção do museu,
referência internacional para as
obras de Goya, que conta com
126 pinturas a óleo e 500 gravuras do artista espanhol.
"É o seu destino natural. Moralmente, o quadro não estando
com a família, o sentimento geral é que deve estar no Prado",
disse. "A Condessa de Chinchón" já integrou exposições
organizadas pelo Prado, sob
empréstimo.
Razões da academia
Já o diretor da Real Academia
de Belas Artes de San Fernando,
Ramón González Amezúa, declarou que a instituição está disposta a "tomar uma atitude extrema" para conseguir o quadro
de Goya. A academia está disposta a utilizar a herança que recebeu de Fernando Guitarte, cujas obras de arte foram expostas
recentemente. O valor seria
equivalente ao do preço de "A
Condessa de Chinchón".
A Real Academia tentou em
duas ocasiões obter o quadro.
Em 1996, ofereceu US$ 18,1 milhões. Há um ano, propôs pagar
a mesma quantia. A oferta foi
rechaçada pelos proprietários.
González Amezúa disse que nos
últimos dias vinha tentando um
acordo com o financista Juan
Abelló para partilhar a compra,
até que o proprietário do quadro se decidiu pela oferta de
US$ 24,38 milhões.
Segundo Antonio Bonet Correa, diretor do museu da Real
Academia, o quadro seria um
"presente ao povo espanhol",
lembrando que a instituição assumiria todo o custo para obter
a obra.
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