São Paulo, Sábado, 22 de Janeiro de 2000 |
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TRECHO "Magalhães compreendeu o alerta. Mas nada pode alterar este homem de nervos de ferro. Permanece tranquilo à mesa com Mesquita, sem trair sua amargura. Tranquilo, dá suas ordens a bordo; tranquilo, estica à noite seus membros pesados e fortes para dormir. Não tardam a apagar-se todas as luzes. Imóveis, os cinco navios dormem na penumbra da baía como grandes animais negros. Mal se distingue um vulto do outro, tão absoluta é a treva dessa noite hibernal longa e coberta de nuvens. Em meio a esta escuridão opressora e à maré que sobe, não se pode ver nem ouvir que, à meia-noite, um bote se desprende de uma das naus e se aproxima silenciosamente da "San Antonio". Ninguém suspeita que os três capitães reais Juan de Cartagena, Gaspar Quesada e Antonio de Coca estão escondidos neste bote, silenciosos como contrabandistas." extraído de "Fernão de Magalhães - O Homem e a sua Façanha", de Stefan Zweig Texto Anterior: Livro: Zweig é tão grande quanto "Magalhães" Próximo Texto: Os outros lançamentos de Zweig pela Record Índice |
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