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TEATRO
Grupo Corpo deve participar da versão musical francesa do texto de Saint-Exupéry, prevista para estrear em 2002
"O Pequeno Príncipe" terá ajuda brasileira
CLAUDIA ASSEF
DE PARIS
Depois de bater recordes de bilheteria na Europa com o musical
"Notre Dame de Paris", o produtor francês Victor Bosch foi buscar no Brasil uma mãozinha para
tentar emplacar outro "blockbuster" com a versão de "O Pequeno
Príncipe", que deverá estrear na
França, em formato de musical,
em setembro de 2002.
Bosch convidou o núcleo de
criação do Grupo Corpo, de Minas Gerais, para cuidar da direção, cenografia, coreografia e iluminação do espetáculo, que será
encenado pela primeira vez no
teatro.
Para bater o martelo, Bosch só
aguarda um sim definitivo da família Saint-Exupéry, que nunca
deu sinal verde para encenar o
texto mais famoso do escritor
francês Antoine de Saint-Exupéry
(1900-1944).
O produtor aposta no talento
dos mineiros para transpor a história do príncipe meiguinho para
os palcos.
"Quero repetir o que aconteceu
com "Notre Dame'", disse à Folha
o produtor. "Na ocasião, consegui
reunir profissionais refinados, de
qualidade, para produzir um musical popular. O popular é nobre
também."
No que depender do pessoal do
Corpo, a empreitada já está aceita.
"No começo, ficamos meio ressabiados com a idéia de fazer algo
tão gigantesco", disse Paulo Pederneiras, um dos fundadores do
grupo. "Mas logo percebemos
que seria uma experiência muito
bacana para nós", completou.
O Corcunda
Baseado no livro "O Corcunda
de Notre Dame", de Victor Hugo,
o musical "Notre Dame de Paris"
começou sua carreira arrebatadora em setembro de 98 na França e,
dois anos depois, já contava cerca
de 3 milhões de espectadores nos
países onde foi encenado -Bélgica, França, Suíça e Canadá.
Atualmente, a peça está em cartaz em Londres, em versão em inglês. Seus ingressos são igualmente disputados na terra da rainha.
Os CDs e DVDs com a trilha sonora do espetáculo já venderam
mais de 10 milhões de cópias na
Europa e no Canadá. Só na França, o CD permaneceu durante 17
semanas no topo da lista dos mais
vendidos. Detalhe: a versão inglesa do CD traz a participação da
"titânica" Celine Dion.
Os atores que encarnaram os
personagens da peça viraram verdadeiras estrelas na França. Em
poucas palavras, "Notre Dame"
tornou-se um produto mega no
sentido mais amplo da palavra no
mercado europeu.
Rock progressivo e balé
Ex-integrante de uma banda de
rock progressivo nos anos 80 (alguém já ouviu falar no grupo Pulsar?), Victor Bosch é considerado
hoje um midas da produção teatral na Europa.
"Acho que minhas produções
dão certo porque levo a qualidade
realmente a sério", diz. Depois de
gravar cinco discos com a banda
Pulsar, Bosch resolveu que seu lugar era atrás dos palcos e não sobre eles.
O produtor diz que só vai manter o compositor Richard Cocciante ("um dos maiores mestres
da canção da atualidade") da
equipe de "Notre Dame" na adaptação de "O Pequeno Príncipe".
Com o Grupo Corpo, Bosch
pretende dar um toque brasileiro
à fábula de Saint-Exupéry.
"A mistura de modernidade e
de elementos brasileiros que eles
conseguem criar é fantástica",
elogia o produtor.
Para Paulo Pederneiras, trabalhar num musical dessa dimensão
na Europa será uma experiência
criativa importantíssima.
O Grupo Corpo Companhia de
Dança, fundado pelos irmãos
Paulo e Rodrigo Pederneiras,
existe há 25 anos, tempo em que
conseguiu se tornar conhecido e
respeitado internacionalmente.
Além do coreógrafo Rodrigo
Pederneiras e de Paulo, que se encarrega da direção artística, iluminação e cenário dos espetáculos, o
núcleo de criação do grupo inclui
os figurinistas Fernando Velloso e
Freusa Zechmeister.
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