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"PODEROSO JOE"
Macaco é o melhor ator
PAULO VIEIRA
especial para a Folha
Híbrido entre um "King
Kong" assexuado e "Nas Montanhas dos Gorilas", "Poderoso
Joe" é remake do filme homônimo de 49, então dirigido por
Ernest Schoedsack, o mesmo
do "Kong" original.
Esta produção da Disney
(US$ 40 milhões arrecadados
em quatro semanas) recoloca
na cidade grande (L.A.) um supermacaco que obedece servilmente a uma mulher, torna-se
violento quando contrariado e
é capaz de gestos altruístas, como salvar uma criança presa
numa roda-gigante.
Você já viu isso antes, agora
vê pior. Joe é secundado por
um elenco inexpressivo, liderado negativamente por Bill Pato,
digo, Paxton. Os roteiristas forçam a mão para o espectador ir
às lágrimas, como na supracitada sequência do salvamento e
nos intermináveis closes dos
meigos olhos do animal.
Ao menos vão direto ao assunto. Em cinco ou dez minutos de projeção já morreram as
mães de Joe e de Jill (Charlize
Theron) e já sabemos quem são
os vilões da história.
Jill, atendendo pedido expresso da mãe agonizante, passa sua vida a defender Joe, tornando-se então uma espécie de
Diane Fossey nativa.
Mas chega Pato -este meu
teclado!-; segue-se uma discussão ecológica, e Jill é convencida a tirar Joe da África e
interná-lo num zoológico da
Califórnia. Viajam, apartamentos são comparados a
gaiolas e surgem coadjuvantes
padrão USA -chefe retardado
e assistente negra espirituosa.
Salva-se o macaco. É de longe
a melhor atuação. Suas expressões e linhas foram convicentemente desenhadas pelos animadores, embora o bicho nem
sempre seja virtual -quando
então é um boneco vestido por
John Alexander, que fez o mesmo em "Greystoke".
O toque konguiano vem no
final, com a perseguição ao macaco e o Teatro Chinês de
Hollywood fazendo as vezes do
Empire State Building.
²
Filme: Poderoso Joe
Produção: EUA, 1998
Direção: Ron Underwood
Com: Charlize Theron, Bill Paxton
Quando: estréia hoje nos cines Paulista
2, Eldorado 3 e circuito
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