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Revista já enterra o progressive
DA REDAÇÃO
O estilo do momento já passou.
Mas já? Bem, ao menos segundo a
mídia inglesa, que adora batizar e
enterrar gêneros. A "Muzik" agora decreta a morte do progressive,
que por sua vez salvou a vida do
trance. A "DJ" questiona sua duração nos charts. Depois da extrema popularização do trance, muitos DJs migraram para outros gêneros: alguns passaram a tocar
tecno ou avançaram mesmo para
o progressive (trance quem assume agora são só os ardorosos fãs
do psy-trance que, como bons
hippies modernos que são, gostam de se manter fiéis às coisas...)
Os DJs internacionais que fizeram o progressive virar um estrondo eletrônico mundial andam reclamando: "Eu não acho
que isso esteja trazendo algo interessante para a cena", diz Paul van
Dyk, que conta na revista que um
amigo dele tem chamado o estilo
de "regressive". "Perderam-se a
alma e a energia", continua Dyk.
Entretanto claro que alguns projetos, como o próprio Gatecrasher, foram criados para essa atmosfera. "Ninguém levanta aquela pista tão bem como John Digweed", diz o produtor Red Jerry,
do selo Hooj Choons. Por causa
disso, segundo Jerry, a reputação
do Gatecrasher vai correr contra a
maré e sobreviver à crise do progressive (confira a absurda energia deles no Skol Beats 3).
Mas o que acham os DJs brasileiros de progressive, que lotam
clubes (principalmente) com os
mauricinhos eletrônicos? Vitor
Lima, residente do Manga Rosa:
"A "Muzik" adora decretar o fim
das coisas. O trance está em baixa
no mercado mundial, e o progressive sofre esse reflexo". Para ele,
faltam novos produtores para dar
gás à música. "Vai acontecer como com o trance: as casas de playboys vão tocar, mas eles não fazem muita pesquisa nem tentam
inovar. Isso vai fazer com que as
pessoas enjoem do progressive",
avalia o DJ Jason Bralli.
Carlo Dall'Anese, residente do
Sirena, coloca mais de mil pessoas
para dançar todos os fins de semana com progressive. "A cada
dia chegam novos discos e surgem novas tendências. A mudança é normal. A bola do progressive está baixa mesmo, mas é um
exagero falar que ele morreu."
Para Dall'Anese, com a onda
dos top DJs como Sasha, Digweed
e Oakenfold insatisfeitos com o
caminhar do progressive, muita
gente vai correr atrás deles: "Eles
são os formadores de opinião,
têm força de venda. Qualquer coisa que fizerem serão seguidos..." .
Mas veja o caso de Carl Cox, por
exemplo, nem aí. Tocou progressive, sim, num tipo de som que
nas lojas os DJs daqui estão chamando de "tecno-trance". E, por
falar em Carl Cox, o produtor do
Bavaria Vibe, Celio Fernandes,
diz que de jeito nenhum os brasileiros tocaram mais baixo do que
Cox. Segundo ele, o que Cox pediu foi mesmo para que Mau Mau
não tocasse pesado. Celio também esclarece que o supermegaDJ não foi conferir o Carnaval carioca: preferiu descansar.
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