São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2002

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"O Cavaleiro das Trevas 2" é lançado

MARCELO VALLETTA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

A versão nacional da HQ mais aguardada dos últimos anos finalmente chega às bancas na próxima segunda-feira. "O Cavaleiro das Trevas 2", a sequência da série que revolucionou os quadrinhos de super-heróis, é o principal lançamento do ano e encabeça um agressivo esforço da editora Abril para manter a hegemonia no mercado de HQs para adolescentes.
Depois de perder os direitos sobre as publicações da Marvel, que detém personagens populares como Homem-Aranha e X-Men, a Abril investe nas obras da DC Comics, dona do Batman, protagonista de "O Cavaleiro das Trevas", e do Super-Homem, entre outros.
Além de "Cavaleiro 2", até o final de março a Abril põe no mercado várias edições inéditas e republica HQs clássicas, como o "Cavaleiro das Trevas" original e "Batman Ano Um", ambas de autoria de Frank Miller, 44, cultuado roteirista e desenhista americano.
No Brasil, a nova obra de Miller sai em formato maior que o do original americano e com tiragem pelo menos três vezes mais extensa que a das revistas publicadas periodicamente.

Decepção
Se o "Cavaleiro" original balançou o mundo dos quadrinhos em 1986, ao elevar o nível das HQs de super-heróis, atraindo leitores mais adultos e desencadeando o fenômeno das "graphic novels" -publicações mais bem cuidadas, que aqueceram o mercado-, a sua sequência decepcionou os fãs mais ardorosos.
Neste número de estréia -a série é publicada em três partes, com 80 páginas cada uma-, o protagonista aparece apenas nas três últimas páginas. As motivações dos personagens são forçadas demais, e a trama perde o fundo político presente na obra original, que colocava os heróis no contexto da Guerra Fria, em plena era Reagan.
Além do enredo menos refinado, os desenhos de Miller, bastante caricaturais e quase grotescos, também foram criticados pelos fãs, assim como a colorização, feita por computador, que não valoriza o contraste entre luz e sombra.



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